Ex-assessor Rodrigo Rocha Loures foi gravado recebendo mala de dinheiro enviada por sócios da JBS
Agência Câmara
Ex-assessor Rodrigo Rocha Loures foi gravado recebendo mala de dinheiro enviada por sócios da JBS

O ex-assessor de Michel Temer no gabinete da Presidência Rodrigo Rocha Loures foi preso na manhã deste sábado (3) em Brasília. O pedido de prisão havia sido apresentado pela Procuradoria-Geral da República  na última quinta-feira (1ª) e foi aceito pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin menos de 24 horas depois. 

De acordo com a Polícia Federal, o ex-parlamentar está detido na Superintendência Regional da corporação na capital e passará o fim de semana em uma cela de nove metros quadrados. Na segunda-feira (5), Rocha Loures deve ser transferido para a Complexo Penitenciário da Papuda, também em Brasília. A prisão se dá em caráter preventivo, o que significa que não foi estipulado um prazo máximo para manter o ex-deputado detido.

Loures é alvo do mesmo inquérito aberto no Supremo contra o presidente Temer. O processo decorre da delação dos irmãos Wesley e Joesley Batista, donos do grupo JBS.

Loures foi filmado pela Polícia Federal recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados pelos sócios da empresa de carnes. Segundo Joesley, Loures foi indicado pelo próprio Michel Temer para atuar em defesa dos interesses da JBS junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O presidente nega a acusação.

Sem foro privilegiado

Loures detinha a prerrogativa do foro privilegiado até esta semana, uma vez que ocupava uma cadeira na Câmara dos Deputados por ser o suplente do até então ministro Osmar Serraglio . Demitido da pasta da Justiça, Serraglio rejeitou convite de Temer para assumir a Transparência e acabou derrubando Loures do Congresso ao retomar seu posto na última quinta-feira .

No pedido de prisão apresentado pela PGR, Rodrigo Janot ressaltou que o peemedebista era "homem de total confiança” de Temer. "Em suma, Rodrigo Loures aceitou e recebeu com naturalidade, em nome de Michel Temer, a oferta de propina (5% sobre o benefício econômico a ser auferido) feita pelo empresário Joesley Batista, em troca de interceder a favor do Grupo J&F, mais especificamente em favor da EPE Cuiabá, em processo administrativo que tramita no Cade", escreveu o chefe do Ministério Público Federal.

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