O advogado Francisco Prehn Zavascki, filho do ex-ministro Teori Zavascki, do STF (Supremo Tribunal Federal), publicou um texto em seu perfil no Facebook levantando a hipótese de que a morte do jurista – em janeiro deste ano – teria sido planejada por pessoas investigadas pela Justiça, em especial os envolvidos nas irregularidades apuradas pela força-tarefa da Operação Lava Jato.
Teori Zavascki , que era relator das ações decorrentes da Lava Jato no STF, morreu no dia 19 de janeiro em um acidente aéreo . O avião em que ele estava a bordo com mais quatro pessoas caiu no mar durante o procedimento de aproximação ao aeroporto de Paraty, no Rio de Janeiro. Nas semanas seguintes ao fato, surgiram diversos questionamentos sobre a possibilidade de a aeronave ter sido sabotada, mas isso nunca foi provado pelas autoridades responsáveis pela investigação.
“Desculpem o desabafo, mas não tenho como não pensar que não mandaram matar o meu pai”, escreveu o advogado em sua página. A postagem foi feita às 21h18 da última quarta-feira (17). Francisco embasou o texto citando que, conforme já revelado pelas investigações, “a ordem sempre foi a de parar a Operação [ Lava Jato ]”.
“Todavia, ao que parece, até para isso o PT era incompetente e, ao que tenho notícia, de fato, o PT nunca tentou nada para barrar a Lava Jato (ao menos o pai sempre me disse que nunca tinham tentado nada com ele), o que sempre gerou fortes críticas de membros do PMDB”, acrescentou o advogado.
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Francisco continua, afirmando que “o problema é que as investigações começaram a ficar mais e mais perto e os líderes do PMDB viram como única saída, realmente, brecar a Operação a qualquer custo. Para isso, precisava do poder. Derrubaram a Dilma e assumiu o Temer.” Ele também faz um questionamento: “Do que eles são capazes? Será que só pagar pelo silêncio alheio? Ou será que derrubar avião também está valendo?”.
“Teori estava aflito”
Ainda segundo o advogado, o ministro do STF sabia “quanto cada um estava afundado nesse mar de corrupção” e que, por causa disso, estava “aflito” com o que aconteceria em 2017. “Aflito ao ponto de me confidenciar que havia consultado informalmente as Forças Armadas e que tinha obtido a resposta de que iriam sustentar o Supremo até o fim.”
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O filho de Teori lembrou ainda do desconforto pelo qual passou durante as homenagens fúnebres ao pai. “Não tem coisa que me embrulha mais o estômago do que lembrar que, no dia do velório do meu pai, diante de tanta dor, ainda tive que cumprimentar os membros daquele que foi apelidado naquele mesmo dia de o ‘cortejo dos delatados’”, desabafou. Por fim, Francisco pede: “ Impeachment já!”.
Nova postagem
Na manhã desta quinta-feira, o filho de Teori Zavascki publicou novo texto em seu Facebook, afirmando que ainda é “tomado por muitas dúvidas”. “Caros amigos, ontem escrevi, num momento de grande emoção, um texto que, mais do que qualquer coisa, representa como eu vejo o que se passou. Ainda sou tomado por muitas dúvidas e, em razão dos fatos de ontem, quis compartilhar a minha opinião. A crise é muito complexa e difícil, por isso penso que só com ponderação, razão, apego à lei e à Constituição (remédios que o meu pai sempre usou) é que podemos superá-las! Precisamos unir o país, não dividi-lo. Força às instituições!”, escreveu.