A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF), que deflagram na manhã desta quinta-feita (18) uma operação de grande porte em endereços ligados ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), cumpriram um mandado de prisão contra a irmã de Aécio, Andrea Neves por volta das 8h45.
Segundo a PF, a irmã de Aécio não foi encontrada em seu apartamento em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, mas foi encontrada em um endereço em Belo Horizonte, em Minas Gerais, de onde foi levada presa por agentes.
Tal operação começou por volta das 5h, com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF). Além das buscas no apartamento de Andrea em Copacabana, estão sendo feitas ações nos endereços de Aécio em Belo Horizonte e em Brasília, além da casa de Altair Alves Pinto, conhecido por ser braço direito do deputado Eduardo Cunha, que está preso.
Perto das 6h, a PF chegou à chapelaria do Congresso, em Brasília, principal entrada e a mais utilizada pelos parlamentares.
Leia também: STF determina o afastamento do senador Aécio Neves
No Congresso, buscas são feitas nos gabinetes de Aécio, do também senador Zeze Perrella (PMDB-MG) e do deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR).
Entenda o caso contra Aécio
Segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo , Joesley Batista entregou à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma gravação onde Aécio Neves pede R$ 2 milhões ao empresário para ajudar a pagar a sua defesa na Lava Jato.
O dinheiro teria sido entregue a Frederico Pacheco de Medeiros, o Fred, que é primo de Aécio e coordenou a campanha do tucano para o planalto. "Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação. Vai ser o Fred com um cara seu. Vamos combinar o Fred com um cara seu porque ele sai de lá e vai no cara", teria dito Aécio, em conversa gravada. Um dos quatro pagamentos de R$ 500 mil foi filmado pela Polícia Federal. Quem entregou o dinheiro ao primo de Aécio foi o diretor de Relações Institucionais da JBS, Ricardo Saud, hoje um dos delatores.
A PF seguiu Fred, que foi filmado repassando a pagamento a Mendherson Souza Lima, assessor parlamentar de do senador Zezé Perrela (PSDB-MG), amigo pessoal e aliado político de Aécio. Ainda segundo a reportagem, o dinheiro teria sido rastreado até uma empresa que pertence a Gustavo Perrela, filho de Zezé Perrela. Não existe, segundo a PGR, nenhuma indicação de que o dinheiro tenha sido repassado para algum advogado de Aécio.
Confira a nota de Aécio Neves na íntegra
"O senador Aécio Neves está absolutamente tranquilo quanto à correção de todos os seus atos. No que se refere à relação com o senhor Joesley Batista, ela era estritamente pessoal, sem qualquer envolvimento com o setor público. O senador aguarda ter acesso ao conjunto das informações para prestar todos os esclarecimentos necessários." Não há informações sobre onde a irmã de Aécio vai cumprir pena.
Leia também: Bomba no governo: dono da JBS gravou Temer aprovando compra de silêncio de Cunha