A defesa de Antonio Palocci entrou com recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato na Corte, de levar o julgamento do pedido de habeas corpus do ex-ministro da Fazenda ao plenário do Supremo.
Os advogados que representam Palocci na ação alegam que o recurso deve ser julgado pela Segunda Turma do STF, e não pelo plenário. O referido colegiado é o mesmo que decidiu na última terça-feira (2) soltar o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu .
Em decisão publicada na quarta-feira (3), o ministro Edson Fachin negou liminar pedida pelo ex-ministro e determinou que o mérito do pedido de habeas corpus fosse avaliado pelos 11 ministros do Supremo. A Segunda Turma da Corte é composta por apenas cinco magistrados (Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Edson Fachin e Celso de Mello).
Antes de chegar ao Supremo, o pedido de habeas corpus do ex-ministro havia sido negado tanto pelo tribunal de primeira instância quanto pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
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Histórico do recurso
Preso desde setembro do ano passado na carceragem da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, Palocci alega que "não se fazem presentes os requisitos autorizadores" da prisão preventiva imposta a ele.
A prisão do petista, acusado de receber R$ 128 milhões em esquema com a construtora Odebrecht , foi determinada pelo juiz Sérgio Moro, que justificou a medida com fundamentos na "garantia da ordem pública, assegurar a aplicação penal e por conveniência da instrução criminal".
Ao negar o pedido de liminar apresentado pela defesa de Palocci, Fachin afirmou que isso só seria cabível em caso de "manifesto constrangimento ilegal" em razão da negativa de habeas corpus pelo STJ, o que não aconteceu, no seu entendimento.
O ex-ministro dos governos Lula e Dilma foi preso na Operação Omertá, 35ª fase da Operação Lava Jato. Apontado como o "Italiano" listado em planilhas de propinas da Odebrecht, Palocci é réu em duas ações penais da Lava Jato.
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