Primeiro delator da Lava Jato, Paulo Roberto Costa foi indicado para o cargo de diretor da Petrobras pelo PP
Marcelo Camargo/ Agência Brasil
Primeiro delator da Lava Jato, Paulo Roberto Costa foi indicado para o cargo de diretor da Petrobras pelo PP

Acusado de ter possibilitado desvios de R$ 410 milhões da Petrobras e condenado sete vezes na Lava Jato  pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e integrar organização criminosa, Paulo Roberto Costa vive um drama.

Os advogados do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras alegam que o primeiro delator da história da  Lava Jato enfrenta uma "grave dificuldade financeira" e hoje não tem "condições de arcar com os altos valores das passagens aéreas".

A alegação foi apresentada nesta segunda-feira (10) ao juiz Sérgio Moro. Na petição, a defesa de Paulo Roberto Costa tenta evitar que ele seja obrigado a viajar para Curitiba para prestar depoimento como testemunha na ação que tem como réus o ex-presidente Lula e mais sete.

O depoimento do ex-diretor da Petrobras está agendado para ocorrer no dia 24 de maio em Curitiba. Os advogados querem que a oitiva seja feita por video-conferência, na Justiça Federal do Rio de Janeiro. 

"Ocorre que o deslocamento do requerente gerará um grande dispêndio em virtude dos altos valores das passagens aéreas, não tendo hoje condições de arcar com essas despesas, em virtude da grave dificuldade econômica em que toda a família se encontra, somando ainda o fato, de suas contas bancárias ainda encontrarem-se bloqueadas", argumenta o advogado João Mestieri.

Paulo Roberto Costa será ouvido como testemunha de acusação na ação em que Lula, o ex-ministro Antonio Palocci, Marcelo Odebrecht e mais cinco  são investigados por suposto esquema envolvendo a compra de um terreno apra o Instituto Lula e de um imóvel em São Bernardo do Campo.

Leia também: Marcelo Odebrecht depõe hoje ao juiz Moro em ação da Lava Jato

Ícone da Lava Jato

Paulo Roberto Costa é um dos principais personagens do esquema do petrolão. Indicado pelo PP para o cargo de diretor de Abastecimento da Petrobras, ele foi o primeiro executivo da estatal a ter o esquema descoberto a partir das investigações sobre uma rede de doleiros.

Ele ficou preso em Curitiba entre junho e outubro de 2014, quando se tornou o primeiro ex-diretor da Petrobras a assinar um acordo de delação premiada, passando a usar tornozeleira eletrônica e a responder aos processos em casa. Somente na primeira instância, Paulo Roberto Costa já foi condenado em sete ações penais diferentes e as sentenças já somam mais de 82 anos de prisão.

De acordo com a força-tarefa de procuradores da Lava Jato, o montante de propinas movimentado em favor do PP a partir da atuação de Paulo Roberto Costa na Petrobras superou os R$ 410 milhões, valor equivalente a 1% dos valores dos contratos obtidos à época em que a diretoria de Abastecimento estava sob seus cuidados.

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