Valor seria pago pela Andrade Gutierrez para que o tribunal ignorasse problemas em contratos e licitações
Reprodução/Google Maps
Valor seria pago pela Andrade Gutierrez para que o tribunal ignorasse problemas em contratos e licitações

Em negociação para a assinatura de acordo de delação premiada com a força-tarefa da Operação Lava Jato, um executivo e um ex-diretor da empreiteira Andrade Gutierrez relatou ter pago propina ao TCE (Tribunal de Contas do Estado) de São Paulo para que o órgão fizesse “vista grossa” em relação a problemas em licitações e contratos envolvendo a empresa, especialmente os relacionados ao Metrô.

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Segundo reportagem publicada neste domingo (12) pelo jornal Folha de S.Paulo , um dos depoimentos prestados revela que a Andrade Gutierrez pagava a Eduardo Bittencourt Carvalho, ex-conselheiro do órgão, uma taxa correspondente a 1% do valor do contrato sob análise. O valor seria pago em espécie a um representante de Carvalho.

Nos depoimentos, os funcionários da empreiteira dizem que o valor da propina era dividido entre os demais conselheiros do TCE , com exceção de Antonio Claudio Alvarenga. Outro candidato a delator, entretanto, disse que o valor era distribuído a todos os integrantes do colegiado.

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A matéria diz que o advogado Paulo Sérgio Santo André, que representa Bittencourt, nega que o conselheiro tenha recebido qualquer valor ilícito. O advogado disse que as decisões do órgão são colegiadas e que o conselheiro se posicionou de maneira contrária a grandes empreiteiras em diversos julgamentos.

Auditoria

Ainda segundo a reportagem da Folha , a empreiteira fez uma auditoria interna para identificar o caminho da propina repassada a Bittencourt. Foi constatado que os pagamentos eram feitos por meio de um operador financeiro. Entretanto, a auditoria não teria encontrado sinais que evidenciassem a transferência de recursos aos demais conselheiros do Tribunal de Contas .

Anteriormente, a Polícia Federal já havia apontado que a construtora utilizou empresas de fachada para efetuar pagamentos de propina.

Odebrecht

A Folha de S.Paulo também informou neste domingo que, além da Andrade Gutierrez, o ex-diretor da Odebrecht Carlos Armando Paschoal também relatou pagamento de propina. Ele, que fez acordo de delação premiada, diz ter pago por meio de caixa dois a quantia de R$ 500 mil para a campanha de Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) ao Senado, em 2010. O tucano está afastado do Congresso porque assumiu, na semana passada, o cargo de ministro das Relações Exteriores .

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