O relator da ação contra a chapa que elegeu Dilma Rousseff e seu vice, Michel Temer
, em 2014, intimou o ex-funcionário da Odebrecht José de Carvalho Filho a depor na Justiça Eleitoral (TSE).
A oitiva de Carvalho Filho foi marcada pelo ministro Herman Benjamin para a sexta-feira (10), mesmo dia em que será realizada a acareação entre os delatores Marcelo Bahia Odebrecht (ex-presidente e herdeiro da construtora), Cláudio Melo Filho (ex-diretor de Relações Institucionais da empresa) e Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho (ex-funcionário da Odebrecht ).
De acordo com reportagem do jornal O Estado de S. Paulo , José de Carvalho Filho foi apontado por Cláudio Melo Filho como o funcionário responsável pela operação do repasse de R$ 4 milhões ao hoje ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.
O valor seria parte de uma doação da empreiteira para campanhas do PMDB e, ainda segundo o ex-executivo e delator da Operação Lava Jato , teria sido combinado no controverso jantar realizado em abril de 2014 – em plena campanha para as eleijões majoritárias daquele ano – no Palácio do Jaburu. Além de Melo Filho, participaram do encontro o presidente Michel Temer, Marcelo Odebrecht e Eliseu Padilha.
José de Carvalho também teria operacionado o envio de valores ao escritório do ex-assessor especial de Temer e amigo pessoal do peemedebista, José Yunes. O próprio Yunes já confirmou que recebeu um "pacote" em seu escritório na capital paulista, e que essa remetência fora posteriormente retirada pelo lobista Lúcio Funaro.
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Gráfica VTB
Nesta quarta-feira (8), a Justiça Eleitoral ouviu o ex-executivo Luiz Eduardo da Rocha Soares e o sócio-diretor da gráfica VTPB, Beckembauer Rivelino de Alencar Braga.
Os advogados de Temer e Dilma disseram que o depoimento de Beckembauer Braga confirmou as informações de que a gráfica VTPB prestou serviços na campanha regularmente. Gustavo Guedes, advogado que representa o presidente Temer, também considerou relevante o depoimento de Braga, que “esclareceu, mais uma vez, que houve a prestação dos serviços” para a campanha da chapa vitoriosa na eleição presidencial de 2014.
Guedes disse que a contratação da gráfica não teve a participação de Temer. “Nós sempre dissemos que não houve a contratação de nossa parte.” Questionado sobre o interesse em desvincular as ações da chapa, o advogado respondeu que o “TSE deve enfrentar esse tema com a responsabilização de cada um pelos atos que praticou”.
Para o advogado de Dilma Rousseff, Flávio Caetano, o depoimento de Braga serviu para “corroborar” as informações contantes no processo. Caetano disse que, ao final da ação movida pelo PSDB, será mostrado que “todas as acusações são improcedentes e que a campanha da chapa Dilma-Temer foi regular”.
O advogado de Temer não comentou o depoimento de Luiz Eduardo da Rocha Soares, que integrava o departamento de propina da Odebrecht, pois o processo corre em sigilo.
*Com informações da Agência Brasil