Presidente Donald Trump fez seu primeiro discurso ao Congresso
Divulgação/Facebook/Donald J. Trump
Presidente Donald Trump fez seu primeiro discurso ao Congresso

Muito se falava do primeiro discurso oficial de Donald Trump  frente ao Congresso Americano, que aconteceu na noite desta terça-feira (28). Era esperado que o novo presidente americano, que não costuma medir palavras, fizesse um pronunciamento duro, ainda mais depois que, poucas horas antes de subir ao palanque, o bilionário acusou o ex-presidente, Barack Obama, de vazar informações confidenciais. No entanto, o que se viu foi um Trump mais comedido, quase conciliador e capaz de arrancar palmas até dos democratas em momentos pontuais. Apesar de ter descido o tom, o novo presidente não deixou levantar polêmica e voltou a prometer um muro na fronteira com o México, além de atacar o Obamacare.

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Trump já começou o discurso surpreendendo e lembrando que em fevereiro se encerra o Mês da História Negra nos Estados Unidos: "Hoje, na dia que marca a conclusão do Mês da História Negra, nós somos lembrados do caminho da nossa nação até os direitos civis e do trabalho que ainda tem que ser feito", foi a primeira fala do presidente. Depois, ele condenou recentes ataques do ódio contra a comunidade judaica e clamou por união contra a violência. "Os recentes ataques devem nos lembrar que, ainda que sejamos uma nação dividida politicamente, nós somos uma nação que luta unida contra o ódio e o mal, em todas as suas facetas horríveis", completou Trump, que foi aclamado de pé pelos republicanos e arrancou alguns aplausos democratas.

Após o começo conciliador, Trump iniciou falas mais nacionalistas e disse que esse momento seria conhecido como "a renovação do espírito americano". Ele enalteceu a necessidade de medidas protecionistas para fortalecer a indústria nacional e pediu para que o povo comprasse de americanos e contratasse americanos. "Os Estados Unidos precisam colocar seus cidadãos em primeiro lugar, pois essa é a única maneira de tornar os Estados Unidos grandes novamente" afirmou Trump, em alusão ao logo de sua campanha "Make America Great Again".

Vaias e aplausos

O momento mais tenso do discurso veio a seguir: Trump falou da necessidade de uma política de controle de imigração nos Estados Unidos, reafirmando que construirá "um grande muro na fronteira ao sul" do país. No entanto, pela primeira vez, o presidente falou séria e abertamente sobre uma política migratória. "Eu acredito que a imigração pode ser algo positivo, desde que tomemos algumas medidas: melhorar os salários e dar mais oportunidades de emprego aos americanos, respaldar nossa segurança nacional e respeitar e cumprir nossas leis", ponderou o presidente. Ele voltou a afirmar que, entre os imigrantes ilegais, existiam uma série de criminosos.

Se o discurso migratório de Trump já não agradava os democratas, o próximo tópico a ser abordado por Trump fez com que muitos dos adversários o vaiassem. O bilionário voltou a criticar o Obamacare, programa de saúde implantado por seu antecessor. "Hoje eu peço para o Congresso a revogação e substituição do Obamacare por um programa que de mais escolhas, mais acesso e diminua o custo dos americanos", disse.

Com vaias democratas e ovações republicanas, o discurso, que já chegava em sua parte final, parecia que ia terminar, mais uma vez, com choque total entre os dois partidos, apesar de um começo promissor. No entanto, Trump voltou a descer a tom e chegou a ser aplaudido de pé por membros do partido mais progressista. Ele defendeu a diminuição do preço de remédios. "Nós devemos implementar reformas legais para proteger pacientes e médicos de custos desnecessários que aumentam os preços dos planos de saúde e trabalhar para diminuir urgentemente o preço alto dos remédios o mais rápido possível", prometeu o republicano. Depois disso, ele falou sobre medidas na educação e disse que pretende dar mais chance para minorias. "Eu peço aqui para membros dos dois partidos para que passem um lei de educação que financia a educação de jovens sem condições financeiras, o que inclui uma série de crianças negras e latinas. As famílias devem ter o direito de colocar essas crianças em escolas públicas, particulares, religiosas ou qualquer outro meio de educação que eles queiram", defendeu Trump.

Tom utilizado por Trump foi surpreendentemente conciliador
Divulgação/Facebook
Tom utilizado por Trump foi surpreendentemente conciliador

Depois, Trump falou sobre os veteranos de guerra, afirmando que o seu governo não os deixará desamparados. "Os veteranos estiveram aqui por essa nação e agora é nossa vez de estar aqui para eles", afirmou, antes de homenagear um oficial da marinha americana, morto em um confronto no Yemen.

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Para finalizar seu discurso, Trump voltou a fazer uso da estratégia morde-assopra que pautou a noite. Ele chegou a afirmar novamente que "não representa o mundo, e sim os Estados Unidos" e que o país não irá "pensar pequeno" sob seu comando. Sua última frase, no entanto, voltou ao tom mais ameno do início da noite. "Essa é nossa visão e está é nossa missão, mas só podemos concluí-la juntos. Nós somos um povo, com um só destino. Sangramos o mesmo sangue, saudamos a mesma bandeira e fomos feitos pelo mesmo Deus", encerrou Trump, para aplausos gerais dos republicanos e de parte considerável dos democratas.


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