O deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ex-presidente da Câmara, afirmou em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro que possui um aneurisma cerebral e que o local onde está detido não oferece assistência de saúde adequada. Ele foi interrogado nesta terça-feira em ação decorrente da Operação Lava Jato.
LEIA MAIS: De pedra a vidraça: a saga de Eduardo Cunha em 18 atos
“Gostaria de dizer que também sofro do mesmo mal que acometeu a ex-primeira-dama Marisa Letícia: um aneurisma cerebral. Aproveito para prestar minha solidariedade à família pelo passamento. O presídio onde ficamos não tem a menor condição de atendimento se alguém passar mal. São várias as noites que os presos gritam, sem sucesso, por atendimento médico e não são ouvidos pelos poucos agentes que lá ficam à noite”, diz trecho de carta lida por Eduardo Cunha ao magistrado.
O ex-presidente da Câmara foi interrogado por Moro e também respondeu a perguntas do MPF (Ministério Público Federal) e de sua equipe de defesa. O advogado do deputado cassado, Marlus Arns, assegurou que não tinha conhecimento a respeito do aneurisma e que vai analisar o caso para ver se cabe um pedido de prisão domiciliar.
LEIA MAIS: Cunha já sabia que seria preso e preparava arsenal contra partidos
Ainda hoje, os advogados de Cunha protocolaram um pedido de liberdade para o peemedebista. “A defesa já fez um pedido por escrito. Considerando o fim da instrução processual, nós pedimos que seja revogada a prisão preventiva dele e que, se for o caso, que ele atenda outras situações cautelares. E foi dito na audiência que se o juiz resolver colocá-lo em prisão domiciliar, ele se ofereceu para ficar em Curitiba , já que o processo tramita aqui, ficando aqui até o final do processo”, disse Arns.
Acusações
O ex-deputado é acusado de receber propina no valor de R$ 5 milhões em um contrato para a compra de um campo de petróleo pela Petrobras em Benin, na África, e de usar contas na Suíça para lavar o dinheiro.
LEIA MAIS: Janot pede abertura de inquérito contra Jucá, Renan, Sarney e Sérgio Machado
Eduardo Cunha está preso preventivamente desde o dia 19 de outubro do ano passado. De acordo com o MPF, a prisão preventiva se justifica porque há evidências de que ele tem contas no exterior que ainda não foram identificadas, o que poderia colocar em risco as investigações. Os procuradores também alegam que ele tem dupla nacionalidade – brasileira e italiana – e poderia fugir do País.
* Com informações da Agência Brasil