O publicitário Francisco de Assis Neto foi preso pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (3), após desembarcar no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, por volta das 11h10, sendo levado para a sede da PF, na zona Portuária. Ele foi considerado foragido pelo Interpol, e estava sendo procurado por suspeita de participação em esquema de lavagem de dinheiro -- envolvendo o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral.
A prisão do publicitário, também conhecido como Kiko, é realizada pela PF na Operação Eficiência , a mesma que prendeu o empresário Eike Batista no último dia 30, no Rio de Janeiro. Assim como Eike, Francisco de Assis Neto estava nos Estados Unidos e era considerado foragido, na lista do Interpol.
Na operação, a PF investiga a participação de Kiko em um esquema de corrupção apontada por um dos doleiros de Sérgio Cabral. O publicitário teria recebido uma quantia de R$ 7,7 milhões, em um período de três meses. Ele é apontado pelo Ministério Público Federal como operador do ex-governador Sérgio Cabral na trama que também pode envolver o empresário Eike Batista. A operação apura esquema usado para ocultar mais de R$ 340 milhões enviados ao exterior.
O advogado de Kiko, Breno Melaragno, foi à sede da Polícia Federal para acompanhar o depoimento de seu cliente, e afirmou que Francisco Assis Neto estava de férias com a família no exterior e que adiantou o retorno ao Brasil para se entregar à polícia. Breno informou ainda que um pedido de habeas corpus foi feito e, como seu cliente tem nível superior, a defesa vai pedir que ele seja encaminhado para o presídio de Bangu 8.
Francisco foi subsecretário-adjunto da secretaria de comunicação do governo do Rio até 30 de dezembro de 2013, quando foi exonerado.
Operação Eficiência
A operação apelidada de “Eficiência” teve início no último dia 26. Este é o primeiro desdobramento do ano da Operação Lava Jato. O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, foi preso durante a primeira fase da Lava Jato realizada no Rio, batizada como Calicute e deflagrada no dia 17 de novembro. Eike Batista já era investigado na Operação Calicute.
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São alvos da operação o ex-governador Sérgio Cabral, que já está preso no complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu, e o vice-presidente de futebol do Flamengo Flávio Godinho, ex-braço direito de Eike, que foi preso pela manhã desta quinta. Também há mandados de prisão preventiva contra Francisco Assis, o doleiro Álvaro Galliez, Thiago Aragão, ex-sócio da esposa de Cabral, e pessoas ligadas a Cabral que já estão presas.
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Suzana Cabral, ex-mulher do ex-governador, é acusada de ser beneficiária do esquema de lavagem de dinheiro e foi levada para prestar depoimento. O irmão do ex-governador, Maurício Cabral, também é alvo de condução coercitiva.
Todos os mandados de prisão da Operação Eficiência foram expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. Além dos mandados de prisão, estão sendo cumpridos quatro mandados de condução coercitiva e 22 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro.