Agente teria recebido dinheiro de traficante morto, segundo acusação, por Vinicius Gritzbach
Divulgação/Polícia Civil
Agente teria recebido dinheiro de traficante morto, segundo acusação, por Vinicius Gritzbach


Um cabo que atuou na Agência de Inteligência da  Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) montou dois bares e uma adega com dinheiro do Primeiro Comando da Capital ( PCC ) , segundo investigações da Corregedoria da Polícia Militar.

O agente é um dos militares investigados pela Corregedoria da corporação por suspeita de ter passado informações sobre operações policiais sigilosas para traficantes da zona leste de  São Paulo ligados ao alto escalão do PCC . Foi instaurado um Inquérito Policial Militar para investigar as denúncias sobre o cabo e outros agentes que podem estar ligados à facção criminosa.

Estabelecimentos com dinheiro de propina

No inquérito, obtido pelo UOL, consta que "informações de inteligência dão conta de que o cabo e outro colega de farda, sócio dele, da mesma patente e lotado no 8º Batalhão (Tatuapé), receberam quantias expressivas de Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta , e Cláudio Marcos de Almeida, o Django , já falecidos".

O PM e o sócio abriram dois estabelecimentos, ambos chamados Rota's, em homenagem à tropa de elite da PM paulista. Um dos bares ficava no Jardim Helena, na zona leste de São Paulo. Em junho de 2022, o estabelecimento comercial passou a funcionar como adega.

Um outro, restaurante e casa de show com grandes dimensões, foi inaugurado em Itaquera. As investigações apontam que os investimentos feitos pelos dois cabos "demonstram um aumento considerável no poder aquisitivo de ambos, sugerindo enriquecimento ilícito".

Além de Cara Preta e Django, os favorecidos pelo esquema seriam Rafael Maeda Pires (o Japa), também falecido, Sílvio Luiz Ferreira (o Cebola), foragido, e o advogado Ahmed Hassan Saleh, preso em 17 de dezembro do ano passado pela Polícia Federal na Operação Tacitus.


Ligação com o caso Gritzbach

Todos eles eram acionistas da empresa de ônibus UPBUs, da zona leste, investigada por ligação com o PCC, e considerados inimigos do empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, assassinado a tiros em 8 de novembro do ano passado no aeroporto internacional de Guarulhos.

Gritzbach foi acusado de ser o mandante do assassinato de Cara Preta, morto a tiros em dezembro de 2021. Por conta disso, havia recebido diversas ameaças de morte da facção criminosa.

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