Influenciadora indiciada por 40 crimes é presa em MG após alerta da Interpol

Emma Spinner usava as redes sociais para proferir ofensas graves, como racismo e discriminação religiosa contra as religiões de matriz afrodescendente

Influenciadora Emma Spinner
Foto: Reprodução/Instagram
Influenciadora Emma Spinner

A influenciadora digital  Emmanuely Silva Resende, mais conhecida como Emma Spinner, de 31 anos, foi presa na noite de segunda-feira (16) em Betim (MG) durante uma fiscalização de rotina na BR-262. Indiciada por 40 crimes, ela era procurada pela Interpol e, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a prisão ocorreu após a identificação de um mandado de prisão em aberto.

Emma, que mora nos Estados Unidos com visto temporário, é natural de Divinópolis. Em setembro, ela foi indiciada pela Polícia Civil pelos seguintes crimes:

  • extorsão
  • denunciação caluniosa
  • discriminação religiosa qualificada pelo uso de redes sociais
  • injúria racial
  • ameaça
  • calúnia
  • difamação qualificada pelo uso de redes sociais

Em novembro, a PCMG solicitou um alerta vermelho à Interpol para impedir a fuga da influencer. Esse mecanismo garantiria sua prisão em qualquer país.

Emma foi levada para uma unidade prisional na região metropolitana de Belo Horizonte.

Investigações

Emma usava as redes sociais para proferir ofensas graves, como racismo e discriminação religiosa contra as religiões de matriz afrodescendente. Devido ao alcance da influenciadora, que ostentava uma vida de luxo, as vítimas eram expostas a milhares de pessoas, o que ampliava os danos psicológicos e financeiros, especialmente nos casos em que ela exigia que as vítimas pagassem para cessar as ofensas.

Ela mantinha vários perfis diferentes nas redes sociais, sendo que cinco foram derrubados por determinação policial devido ao teor dos conteúdos. Ainda assim, ela continuava os ataques por meio de novas contas. De acordo com a Polícia Civil, a influenciadora tem histórico de problemas psicológicos.

As investigações da Polícia Civil identificaram mais de 30 vítimas, com 21 boletins de ocorrência registrados

Segundo o delegado Wesley Amaral, responsável pelas investigações, "a prática da extorsão não exige necessariamente a entrega do dinheiro; basta a exigência para que o crime se aperfeiçoe".

Ainda conforme o delegado, as penas somadas podem superar 30 anos, devido à gravidade das condutas. "As redes sociais não são terra sem lei. É possível identificar e responsabilizar quem pratica crimes, mesmo utilizando perfis falsos", destacou, durante coletiva à imprensa.

Agora, o foco da investigação é identificar possíveis cúmplices que teriam fornecido informações utilizadas por Emma para ofensas e extorsões.