Em 21 de outubro de 2024, três policiais militares realizaram uma abordagem violenta em Campinas, interior de São Paulo, que resultou em soco contra uma dona de casa. O caso, que ocorreu no bairro Jardim Santa Amália, só teve seu vídeo divulgado na semana passada pela EPTV. O episódio gerou uma reação imediata da Polícia Militar , que afastou os envolvidos e instaurou uma investigação .
De acordo com os relatos, os três policiais cercaram a mulher antes da agressão, que ocorreu em frente à sua residência. Durante a abordagem, um dos policiais desferiu um soco no rosto da vítima, derrubando-a ao chão.
A mulher, que não teve sua identidade revelada, foi posteriormente registrada com lesão corporal, resistência e violência doméstica. O motivo da presença policial foi uma discussão entre a dona de casa e sua filha, que teria acionado a polícia.
O vídeo divulgado mostra o momento em que a mulher é atingida no rosto. Nas imagens, é possível observar o policial segurando algemas no momento da agressão, o que gerou questionamentos sobre o uso excessivo de força.
A vítima ficou inconsciente após o golpe e foi socorrida pelos vizinhos, que, mesmo assim, não conseguiram evitar que ela fosse algemada e levada para o pronto-socorro.
A mulher relatou que, após o soco, foi transportada para a delegacia, onde passou por exames médicos, mas os resultados não foram divulgados. Ela ainda afirmou que não recebeu atendimento imediato no hospital.
A dona de casa, em depoimento, relatou que o policial teria sido agressivo verbalmente, ameaçando-lhe a quebrar o rosto.
“Nunca, jamais eu iria fazer uma coisa dessas. Em nenhum momento eu xinguei ou agredi, não pus a mão neles em momento algum e não falei com palavras, nada, não xinguei”, afirmou, negando que tenha agido de forma agressiva.
Em um relato emocionado, a vítima também explicou as consequências psicológicas e físicas da agressão.
“Emocionalmente eu estou acabada. Eu não durmo, não tenho vontade de comer, de fazer nada. Me destruiu psicologicamente. Fisicamente, ainda estou sentindo dor na boca, fiquei com uma cicatriz no rosto, sinto dor na cabeça porque ainda não consegui fazer o exame. Estou destruída”, afirmou.
Posição da Polícia Militar
Em resposta ao ocorrido, a Polícia Militar de São Paulo afirmou, por meio de nota, que não compactua com desvios de conduta e que tomará as medidas cabíveis. A corporação confirmou que os policiais foram identificados e afastados das atividades operacionais.
A Corregedoria da Polícia Militar instaurou um Inquérito Policial Militar para apurar as circunstâncias do caso. A polícia também afirmou que toda violência excessiva será penalizada conforme a legislação vigente.