Em 28 de novembro de 2024, uma mãe foi absolvida da acusação de tentativa de homicídio , após esfaquear uma mulher que abusou sexualmente de sua filha de três anos. O caso aconteceu em junho de 2013, na cidade de Crateús, no interior do Ceará.
De acordo com a Defensoria Pública do Ceará, a mãe, que trabalhava como faxineira, levou sua filha ao trabalho por não ter opção de deixar a criança em casa.
Durante o expediente, ela ouviu o choro da filha e foi até o local onde a menina estava, encontrando-a ferida e com sinais de violência sexual. O crime ocorreu em uma casa onde mulheres em situação de prostituição e consumo de drogas estavam presentes.
Ao perceber o abuso sofrido pela filha, a mãe reagiu e esfaqueou a mulher responsável pelo ato.
O defensor público Vagner Júnior, que atuou no caso, afirmou que “uma dessas mulheres que o homem permitia que frequentassem a casa para consumir drogas cometeu o abuso sexual. A mãe, vendo a filha naquela situação, reagiu com duas facadas na agressora. Foi uma reação desesperada diante do sofrimento extremo da filha”.
O Ministério Público do Ceará acusou a mãe de tentativa de homicídio, mas durante o julgamento, a defesa manteve o pedido de absolvição, argumentando que a reação da mãe foi motivada pelo desespero e pela dor ao ver a filha em sofrimento.
Defensor pediu absolvição da mãe
O defensor Vagner Júnior destacou que, apesar dos 11 anos de processo, a mãe se lembrou com clareza do ocorrido, afirmando que agiu impulsivamente diante da dor e do medo pela segurança de sua filha.
O defensor Rafael Piaia, que também fez parte da defesa, destacou os impactos negativos que o longo processo teve sobre a família.
"Levamos como estratégia mostrar como esse tempo impactou de forma negativa na vida dessa família, que ficou com um trauma psicológico para todos. A criança precisou de assistência médica por muito tempo, e a mãe enfrentou dificuldades como a única responsável financeira pela família", afirmou.