O G20 , realizado no Rio de Janeiro , retomou a tradição da “foto de família”, interrompida nas duas últimas edições do evento. Às 15h40 deste domingo (17), 40 líderes mundiais se reuniram nos jardins do Museu de Arte Moderna ( MAM ) para o registro oficial, tendo o Pão de Açúcar como cenário.
A ausência do presidente dos Estados Unidos , Joe Biden , foi notada, mas outros líderes, incluindo Sergey Lavrov , ministro das Relações Exteriores da Rússia , participaram. O russo representou o presidente Vladimir Putin , que não comparece ao evento desde o início da guerra na Ucrânia .
Sob o palco montado para a foto, um painel destacava a "Aliança Global contra a Fome e a Pobreza" , iniciativa liderada pelo Brasil e apoiada por todos os países do G20, incluindo a Argentina, que aderiu de última hora.
Tradição interrompida pela guerra
A última foto de família havia sido registrada em 2021, em Roma. Em 2022, em Bali, e no ano passado, em Nova Déli, a tradição foi interrompida devido ao desconforto em posar ao lado de representantes da Rússia, em meio à guerra na Ucrânia.
Mesmo com o conflito caminhando para o terceiro ano e sem sinais de trégua, os líderes decidiram retomar o registro. A Rússia, por sua vez, lançou novos ataques contra infraestruturas ucranianas no mesmo dia, enquanto o presidente Biden autorizou o uso de mísseis americanos de longo alcance por Kiev, segundo o jornal americano The New York Times.
Especialistas consideraram a retomada da foto um triunfo para o governo brasileiro. “Esses registros fotográficos são marcantes em cúpulas como o G20. Reunir as lideranças mostra um grau de entendimento e diálogo, algo que tem faltado nos últimos anos em um mundo mais fraturado e dividido”, avaliou Paulo Velasco, professor de Política Internacional da UERJ, ao g1.
Velasco destacou que a foto também sinaliza um ambiente menos hostil no G20 deste ano, o que pode favorecer avanços em negociações. “Se houver consenso em medidas práticas, como a Aliança Global contra a Fome, será uma cúpula com resultados mais concretos do que as anteriores”, concluiu.