A Polícia Federal está investigando uma mudança no método de lavagem de dinheiro adotado pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) em relação aos postos de combustíveis.
Segundo informações obtidas pela investigação, as distribuidoras envolvidas no esquema não estão vendendo aos postos o valor correspondente ao preço da gasolina que estes comercializam.
De acordo com a revista IstoÉ, em algumas situações, identificou-se que as distribuidoras estavam devolvendo parte do montante recebido aos postos por meio de transações pelo sistema Pix.
Os investigadores acreditam que os proprietários desses estabelecimentos estão obtendo um lucro fixo por litro de combustível, possivelmente devido à gestão dos postos ter sido arrendada para os responsáveis pelo esquema de lavagem de dinheiro.
Estima-se que o PCC tenha cerca de 1,5 mil postos de combustíveis em todo o país, conforme divulgado pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, no início deste mês.
A estratégia do PCC para utilizar postos de combustíveis na lavagem de dinheiro se baseia na alta rotatividade de caixa desses estabelecimentos, o que torna mais difícil rastrear a origem do dinheiro.
A facção criminosa adotou medidas para dificultar assaltos e fiscalizações nos postos, como a colocação de cortinas e balões coloridos em suas fachadas.
Em 2020, a PF iniciou uma investigação que resultou na identificação de um movimento financeiro de aproximadamente R$ 30 bilhões nos postos de combustíveis relacionados ao PCC.
Além da nova modalidade de lavagem de dinheiro, a facção também utiliza métodos como registros falsificados, vendas fictícias, caixa dois e superfaturamento por meio de empresas de fachada.
PCC
O PCC possui ramificações em outros estados do Brasil e até mesmo em países vizinhos. Surgiu no início dos anos 1990 dentro do sistema prisional paulista e se expandiu significativamente ao longo dos anos.
A facção é conhecida por sua estrutura organizacional hierárquica, com regras rígidas e disciplina entre seus membros. Inicialmente, sua atuação era voltada principalmente para o controle do tráfico de drogas dentro e fora dos presídios, mas ao longo do tempo expandiu suas atividades para outros tipos de crimes, como assaltos a bancos, sequestros e extorsões.
A organização também é conhecida por sua capacidade de articulação e coordenação de ações criminosas, além de possuir uma estrutura de comunicação própria, o que a torna uma das principais facções criminosas do Brasil.
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