Após agredir o proprietário de um bar na cidade de Formosa, Goiás, localizada no entorno de Brasília, o sargento da Polícia Militar, Ildeval Machado de Sousa , pagou uma fiança no valor de R$ 10 mil e responderá em liberdade.
O militar foi preso na tarde de sexta-feira (12) e, durante o depoimento na delegacia de Formosa, optou por ficar em silêncio na maior parte do tempo.
A defesa do sargento emitiu uma nota alegando que as imagens divulgadas pela mídia e redes sociais não representam a totalidade dos fatos.
O episódio de agressão foi capturado por uma câmera de segurança. Nas imagens, o policial ordena que o dono do bar se afaste do balcão, mas ele se recusa e pede calma.
Em seguida, o sargento utiliza spray de pimenta a poucos centímetros do rosto do homem, que estava ao lado de sua esposa grávida de quatro meses.
O sargento continua a agressão, desferindo um joelhada e tentando puxar o dono do bar para fora do balcão. O homem se defende e o policial responde com mais spray de pimenta no rosto e chutes. As agressões foram registradas também por pessoas presentes no local.
Posteriormente, o policial saca uma arma de choque e desfere uma coronhada na cabeça do homem, que começa a sangrar intensamente. Duas pessoas entram no bar e pedem calma ao policial, que continua apontando a arma de choque.
O dono do bar sai do estabelecimento com sangue nas mãos, nos braços e na cabeça, enquanto um homem de camisa branca novamente pede calma ao PM.
Já do lado de fora, o policial dá um golpe de rasteira no dono do bar, que já estava rendido e algemado. Novamente, as pessoas pedem calma ao PM. Desde as agressões, ocorridas na tarde de sexta-feira, o bar encontra-se fechado. Segundo vizinhos, os proprietários não retornaram ao local.
Em contato telefônico, os donos do bar afirmaram estar abalados. O homem sofreu ferimentos pelo corpo e precisou levar quatro pontos na cabeça devido à coronhada. Sua esposa grávida passou mal e precisou ser levada ao hospital.
A residência do sargento Ildeval fica a poucos metros do bar, do outro lado da rua. De acordo com o relato do dono do estabelecimento à polícia, o PM estava saindo de casa para ir ao trabalho quando parou no bar para reclamar do som alto. Testemunhas afirmaram que o volume vinha de um carro estacionado em frente ao local.
Nota da PMDF
Em um comunicado, a Polícia Militar do Distrito Federal afirmou que irá investigar a conduta disciplinar do policial e que as medidas relacionadas ao registro criminal estão sob responsabilidade da Polícia Civil de Formosa.
A corporação ressaltou que exige conduta exemplar de seus membros e que quaisquer denúncias de desvio são prontamente apuradas, seguindo o devido processo legal.
O que disse os advogados de defesa do sargento
A defesa do sargento divulgou uma nota na qual reitera que está representando o policial e destaca que as imagens divulgadas pela mídia e redes sociais não apresentam a versão completa dos fatos. Eles argumentam que as imagens mostram apenas momentos isolados que não conseguem retratar a dinâmica real dos acontecimentos. A defesa aguarda os procedimentos das autoridades para esclarecer a verdade dos fatos e a legitimidade da ação do Policial Militar.
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