A prática é comum: após o serviço, o usuário recebe mensagens, por WhatsApp ou e-mail, para classificar o atendimento. A exemplo de empresas privadas, a Polícia Militar quer saber como o cidadão, ao finalizar o boletim de ocorrência digital, avalia o serviço prestado, atribuindo notas à produtividade do agente e da própria instituição.
O objetivo da corporação é unir essa ferramenta digital a outros recursos, como o rastreamento do policial pelo GPS das microcâmeras em seus uniformes , para aprimorar a eficiência da tropa. A integração entrou em fase de testes nesta segunda-feira (1º), no 19º BPM (Copacabana) e no 23º BPM (Leblon), ambos na Zona Sul do Rio , e tem duração prevista de 145 dias. Após este período, com os ajustes necessários, o sistema será adotado em todo o estado.
Segundo o diretor de Sistemas de Informação da PM, major Thyago Ferreira, será possível acompanhar, virtualmente, o cumprimento das ordens operacionais e da produtividade de cada policial.
"A maioria dos policiais militares já tem em seus celulares o aplicativo do Portal da Polícia Militar, pelo qual acessa informações se um suspeito tem mandado de prisão ou se um veículo é roubado ou furtado. Antigamente, era preciso acionar o batalhão. Agora, eles têm tudo ao alcance das mãos em questão de segundos. Nesse mesmo aplicativo, inserimos o boletim de ocorrência digital. Quando é concluído com os dados das vítimas, automaticamente elas recebem uma mensagem por WhatsApp ou e-mail, para dar sua opinião em tempo real", explica o major Ferreira.
Aplicativo do 190
Atualmente, 23 mil, do efetivo de 45 mil policiais militares, utilizam o aplicativo Portal PMERJ, criado na área de Tecnologia da Informação (TI) da corporação. Outra novidade a caminho, o aplicativo 190RJ vai dispensar o atendente ao telefone:
"O cidadão poderá digitar a ocorrência e compartilhar sua localização indicando o lugar do chamado, o que dá muito mais precisão para enviar uma viatura para o atendimento", analisa o major, informando que o dispositivo está em fase de testes no setor hoteleiro:
"Estamos abrindo um leque de inovações para melhorar o serviço do policial. Começamos a atuar com empresas como Uber, com o botão de pânico para o passageiro e o motorista, além do iFood, que irá nos informar se o entregador está no cadastro deles. É a tecnologia inibindo o crime."
No batalhão do Leblon, o comandante, tenente-coronel Maurílio Nunes, também demonstra entusiasmo com as novas práticas tecnológicas. Os PMs da unidade já fazem o uso do aplicativo nos celulares para saquear (jargão policial para fazer buscas de nomes de criminosos em bancos de dados da polícia) pessoas e veículos.
"O Portal PMERJ otimizou várias atividades na área de segurança. Na Zona Sul, além dos delitos nas praias, outra atividade criminosa vem ganhando muito a nossa atenção: os falsos entregadores. A parceria com iFood já nos dá uma vantagem para evitar que eles atuem", afirma Nunes. "Outro destaque no nosso serviço é gerenciar o policiamento por meio das microcâmeras nos uniformes dos policiais. Se ele sair da área de atuação dele, receberei um sinal de alerta e acionarei a câmera dele de imediato. O georreferenciamento me dará a localização exata e eu ainda posso falar diretamente com ele para saber o que está ocorrendo."
Nunes acredita que o retorno da população quando receber o formulário de avaliação do serviço será uma outra etapa importante até para o policial ficar mais atento à postura e à linguagem no momento da ocorrência.
"Com a pesquisa de satisfação, o usuário terá que dizer se o policial foi cordial ou não, se a atuação dele correspondeu às expectativas. Pode ser até que o policial, ao fazer uma abordagem, tenha sido antipático, mas há casos que desagradam, como uma abordagem. Como as câmeras gravam, iremos olhar se a reclamação realmente tem fundamento. O importante é que tudo seja transparente", conclui o comandante do Leblon.
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