Cíntia Mariano Dias está presa temporariamente por suspeitas de envenenamento
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Cíntia Mariano Dias está presa temporariamente por suspeitas de envenenamento

Presa temporariamente por tentar matar o enteado, Bruno Carvalho Cabral, após supostamente servir a ele feijão com chumbinho no último dia 15, Cíntia Mariano Dias Cabral, também é investigada pela morte da irmã dele, Fernanda Carvalho Cabral, em circunstâncias semelhantes, em março; do ex-namorado, o dentista Pedro José Bello Gomes, em 2018; e de um vizinho, o representante farmacêutico Francisco das Chagas Fontenele, em 2020.

Uma pesquisa feita pelo GLOBO em registros de ocorrência da Polícia Civil do Rio, no entanto, mostra que a madrasta ainda figura como suposta autora de crimes como lesão corporal, ameaça, injúria, abandono de incapaz e dano, entre os anos de 2009 e 2013.

Em 30 de setembro de 2009, a irmã de Cíntia, uma manicure de 36 anos, procurou a 33ª DP (Realengo) para contar que, às 20h do dia anterior, teve a casa, no mesmo bairro, invadida e foi agredida por ela. Com ferimentos, a moça chegou a ser atendida no Hospital Municipal Albert Schweitzer - a mesma unidade de saúde que Bruno e Fernanda ficaram internados. Intimada a prestar depoimento na distrital, Cíntia negou os crimes e disse ter sido ela a vítima de lesão corporal.

Em 17 de fevereiro de 2010, Cíntia retornou a mesma delegacia. Dessa vez, realizou um registro de medida assecuratória de direito futuro, ao narrar que, naquela data, estava em casa com os filhos quando sentiu um cheiro de queimado e decidiu levar as crianças para dormir na casa de sua mãe. Na manhã seguinte, ela disse ter sido avisada de que o apartamento estava saindo fumaça. Ao chegar no local, teria encontrado homens do Corpo de Bombeiros e constatado que um decodificador de TV por assinatura teria causado um incêndio no imóvel.

Em 12 de maio daquele ano, o então marido de Cíntia e pai de seus filhos, um administrador de 66 anos, relatou na 34ª DP (Bangu) que, em 20 de abril, a mulher teria o trancado em seu escritório exigindo que ele arrumasse dinheiro para comprar um Fiat Doblô. Na ocasião, nervoso, o homem deu um soco no vidro da janela, lesionando seu braço direito. Com a chegada de um amigo no local, ela abriu a porta, lhe ofendeu o chamando de “broxa” e o ameaçou com o vidro quebrado e também com uma faca de cortar carnes.

Em 14 de outubro de 2010, o administrador compareceu à 35ª DP (Campo Grande) para comunicar que, há cerca de seis meses, Cíntia estava abandonando os filhos do casal nas casas de parentes e amigos, independente se esses estivessem nesse locais. Na distrital, ele contou que a situação se repetia, mesmo se chovesse ou fizesse frio e classificou a situação como “insustentável”.

Em 14 de dezembro daquele ano, o mesmo homem, agora ex-marido de Cíntia, novamente esteve na 34ª DP. Dessa vez, o administrador relatou ter sido vítima de roubo dentro de sua residência, quando foi rendido e amarrado em uma cadeira no quarto por dois criminosos. Os bandidos teriam levado cerca de R$ 2 mil em espécie, parte em moedas que estavam em cofrinhos, além de quatro celulares e cartões bancários. Após irem embora, o homem conseguiu se desvencilhar do fio que o prendia e diz ter recebido a visita da ex-mulher com um dos filhos, de 15 anos, que havia saído da residência com a mãe três minutos antes do crime.

Na delegacia, o administrador disse que, depois de sair novamente do imóvel, Cíntia teria ligado avisando que fora roubada e, no minuto seguinte, telefonou de novo dizendo que sua outra filha, de 13 anos, fora levada pelos criminosos. Cinco minutos mais tarde, ela teria feito outra ligação para informação que havia sido feito um pedido de resgate no valor de R$ 20 mil. Em seguida, ela avisou haverem libertado a menina. No depoimento prestado, o homem disse ter estranhado “a velocidade dos fatos”.

Em 11 de outubro de 2011, o ex-marido vai até à 34ª DP relatar que a ex-companheira, de quem estava separado havia 16 meses, foi até seu apartamento, onde jogou pedras na porta de entrada e quebrou o vidro, além de arrancar a calha da porta de seu carro, um Montana. Cíntia ainda teria, segundo o termo de declaração do homem, ameaçado a ele e a um amigo, dizendo haver pegado uma arma na comunidade do 77, também na Zona Oeste, e iria matá-lo e depois se matar.

Em 8 de janeiro de 2013, foi a vez de Cíntia ir até à 34ª DP para registrar ter sido vítima de uma ameaça. Ela narrou que namorou um autônomo de 47 anos por cerca de um ano, tendo terminado o relacionamento próximo ao Natal do ano anterior. O homem, entretanto, segundo ela contou, não aceitara a separação e, por mais de uma vez, teria dito que, se não voltasse para ele, iria “pegá-la na rua”.

Em 27 de setembro de 2013, uma dona de casa de 27 anos, esteve na 34ª DP para relatar haver pelo menos três anos sofria com ofensas proferidas por Cíntia, ex-mulher de seu marido. Por telefone, ela ligava para a jovem e a xingava e dizia para ela “procurar o que fazer”.

Em 9 de dezembro de 2016, Cíntia compareceu à 33ª DP para dizer ter sido vítima de injúria e calúnia por parte do então padrasto, um vendedor de 57 anos, na casa em que ele vivia com a mãe dela, em Magalhães Bastos. Na ocasião, o homem teria dito que ela pegara R$ 50 que estava dentro de seu paletó em um guarda-roupa, o que ela nega.

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