Na semana passada, depois das 26 mortes na Vila Cruzeiro, na Zona Norte do Rio, em operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope), o uso de microcâmeras nos uniformes de agentes voltou ao rol das cobranças por parte de entidades ligadas aos direitos humanos.
A medida consta no plano para reduzir a letalidade policial, elaborado pelo governo do estado e apresentada ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, relator da ADPF das Favelas. Depois de um atraso de duas semanas por problemas técnicos atribuídos à empresa L8 Group, que detém a tecnologia do sistema, agentes de nove unidades da Polícia Militar começarão a utilizar os equipamentos na próxima segunda-feira (30). No entanto, os integrantes do Bope serão os últimos a serem contemplados.
De acordo com o cronograma da Polícia Militar, as unidades que receberão nesta primeira semana integram o 1º Comando de Policiamento de Área (CPA) — 2º BPM (Botafogo), 3º BPM (Méier), 4º BPM (São Cristóvão), 6º BPM (Tijuca), 16º BPM (Olaria), 17º BPM (Ilha do Governador), 19º BPM (Copacabana) e 23º (Leblon) — além da 1ª Companhia Independente do Palácio Guanabara, localizada na sede do governo do estado
Segundo o secretário de Estado de Polícia Militar do Rio, coronel Luiz Henrique Marinho Pires, inicialmente, farão uso do equipamento os agentes do patrulhamento nas ruas. O contrato com a empresa prevê que todos os 39 batalhões do estado e duas companhias independentes (a do Palácio Guanabara e a de Paraty) disponibilizarão as microcâmeras até o fim deste semestre, no caso, no mês que vem. Os demais receberão o material ao longo deste ano.
Numa segunda etapa, o programa será estendido para unidades do 7º Comando de Policiamento de Área (Região Serrana), no caso, os quartéis de 11º BPM (Nova Friburgo), 26º BPM (Petrópolis), 30º BPM (Teresópolis) e 38º BPM (Três Rios). Segundo o coronel Henrique, a ideia é que, a cada semana, um novo grupo de quartéis receba as câmeras, até que todos os 39 implementem o sistema da câmera no uniforme do policial.
"A câmera corporal não é para punir o policial, mas sim, protegê-lo. É fato que o equipamento irá mudar a postura dos policiais e da própria população. O agente que trabalha de forma correta será protegido, porque suas ações serão monitoradas, gravadas. As filmagens também darão à corregedoria da corporação a possibilidade de usar as imagens para apurar desvios de conduta", explicou o secretário.
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