O suspeito Alex Sandro e a aposenta Eci Monteiro deixando o hospital Getúlio Vargas, na Penha. Ela foi arrastada por bandidos em um assalto ao carro do filho
Reprodução/Gabriel de Paiva/ Agência O Globo (Montagem iG 19.4.2022)
O suspeito Alex Sandro e a aposenta Eci Monteiro deixando o hospital Getúlio Vargas, na Penha. Ela foi arrastada por bandidos em um assalto ao carro do filho

Um dos envolvidos num roubo que acabou com uma idosa arrastada por mais de 400 metros na Pavuna, na Zona Norte do Rio, no último dia 9, deixou a cadeia pela porta da frente, em maio de 2021, após receber um benefício da Justiça. Alex Sandro Francisco da Silva Junior, de 22, foi novamente preso na noite do dia 14.

Ele é apontando nas investigações como sendo o homem que pilotava a motocicleta usada para interceptar o carro onde viajava a aposentada Eci Coutinho Bella, de 72 anos, junto com parte da família da idosa.

Alex Sandro Francisco da Silva Junior é velho conhecido da polícia. Ele chegou a ser condenado, em junho de 2019, a uma pena de cinco anos de prisão pelos crimes de receptação e porte ilegal de arma.

A condenação ocorreu após ele ter sido preso, em novembro de 2018, por se envolver em uma troca de tiros com a PM. Na ocasião, ele dirigia um carro roubado, ocupado por mais três homens, quando o veículo passou sem parar por uma barreira policial. Houve perseguição e troca de tiros.

O automóvel bateu  em um muro, e todos acabaram presos, na altura de Irajá. Dentro do veículo, os PMs encontraram um revólver. Três homens foram baleados no tiroteio e um dos suspeitos não resistiu aos ferimentos e morreu. Alex não foi ferido.

O bairro ode a prisão aconteceu é o mesmo onde o suspeito havia se envolvido em um outro episódio de violência, em 2016. De acordo com investigações da Delegacia de Homicídios da Capital, no dia 8 de janeiro daquele ano, quando tinha apenas 16 anos, Alex Sandro Francisco da Silva Junior e um outro adolescente usaram uma motocicleta para interceptar o carro do médico Helder Dias da Costa Tomé Junior, na esquina das ruas Samoa e Coronel Vieira.

O profissional de saúde, que havia acabado de sair de um plantão em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), chegou a ser rendido pela dupla. Ao desembarcar do automóvel, ele foi atingido pelos tiros disparados por um dos adolescentes. Os jovens fugiram logo após o crime.

Já no fim de abril de 2020, quando estava na cadeia há mais de um ano e quatro meses, a Justiça julgou recurso impetrado pela defesa de Alex e o absolveu, por falta de provas, da acusação de porte ilegal de arma, mantendo apenas a pena de dois anos por receptação, a ser cumprida em regime aberto.

Uma ordem expedida pela 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça chegou a determinar que fosse expedido um alvará de soltura para Alex Sandro. No entanto, o Ministério Público entrou com novo recurso e  o suspeito não deixou o xadrez.

Após nova reviravolta, a decisão da absolvição voltou a valer e Alex deixou a cadeia no dia 29 de maio de 2021.

No último dia 9, Alex Sandro voltou a se envolver em mais um episódio de violência. De acordo com as investigações, ele e Júlio Cézar Ramos Bernardo teriam usado uma motocicleta para abordar o carro onde a idosa e sua família viajavam.

Eci não conseguiu sair do veículo, que foi roubado e passou a ser conduzido por Júlio. Presa pelo cinto de segurança, ela foi arrastada por cerca de 400 metros, percorrendo três quarteirões. A cena foi flagrada por câmeras de segurança.

Dias após o crime, que chocou o país, Júlio e Alex Sandro foram identificados por equipes da 39ª DP (Pavuna) e acabaram sendo presos em oportunidades distintas, na mesma semana em que o crime ocorreu .

No último sábado, a dupla foi submetida a uma audiência de custódia que converteu as prisões temporárias em preventivas e estão à disposição da Justiça.

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