Morto a tiros por vizinho, um sargento da Marinha, o repositor Durval Teófilo Filho teria pedido para que o militar não atirasse contra ele na noite de quarta-feira, em São Gonçalo, de acordo com a viúva, Luziane Teófilo. Em conversa com o GLOBO, ela disse que o marido chegava em casa após um dia de trabalho, quando foi confundido com um ladrão e alvejado por Aurélio Alves Bezerra, que parava com o carro na porta do condomínio onde moravam. De acordo com a viúva, o atirador saiu do carro apontando a arma para Durval, que tirou a máscara de proteção e se identificou como morador, mas mesmo assim, teria sido vítima de mais dois disparos.
"Ele atirou depois dele se identificar e ele não deu chance de defesa. Meu marido sempre andava com a mochila dele na frente porque tinha medo de assalto, então quando ele chegou ontem foi pegar a chave do portão na mochila e atiraram nele. Eu vi imagens das câmeras do condomínio e ouvi relatos de vizinhos que falaram que ele estava no chão e se identificou como morador. Ele pediu para parar e foi alvejado mesmo assim", contou a viúva de Durval.
No entanto, em imagens do caso, obtidas pelo GLOBO, é possível ver o clarão de três disparos de dentro do carro do Sargento Aurélio no momento em que Durval se aproxima da entrada do condomínio. Atingido, ela cai no chão e se arrasta gesticulando. Nesse momento, o Sargento Aurélio sai do carro, aponta a arma e vai em direção vítima. Ele se aproxima e parece falar algo com Durval e retorna ao carro.
As imagens do caso, obtidas pelo EXTRA, mostram o momento em que Durval chega à porta do condomínio e recebe o primeiro tiro, no abdômen. Em seguida ele se afasta, mas cai no chão e se arrasta. Há mais disparos. O sargento Aurélio, então, sai do carro e vai em direção vítima, que é vista gesticulando.
De acordo com Luziane, ao chegar no Hospital Antônio Pedro, os médicos confirmaram a ela que o segundo disparo, dado em Durval quando ele estava no chão pedindo para o atirador parar, acertou uma das coxas e foi fatal para ele, pois rompeu uma artéria.
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"Os médicos me disseram que só pelo primeiro tiro no abdômen dava para terem salvado ele, mas o segundo foi fatal, pois atingiu uma artéria na coxa. Se ele (Aurélio) não tivesse atirado após meu marido se identificar como morador, ele estaria vivo", afirmou.
Apesar de serem vizinhos, Luziane disse que tanto ela como Durval não conheciam bem Aurélio, pois o sargento trabalhava muito tempo embarcado e era visto poucas vezes pelo condomínio. Após o crime, a família do militar deixou o local e a casa estava trancada e vazia na manhã desta quinta-feira.
Após o crime, ele socorreu Durval e o levou ao Hospital Estadual Alberto Torres, também em São Gonçalo, mas segundo a esposa, o homem já chegou à unidade de saúde sem vida. Em depoimento a policiais militares que atenderam a ocorrência, o sargento afirmou que retornava de viagem à noite e que, ao chegar em casa, na Rua Capitão Juvenal Figueiredo, avistou um homem se aproximando do seu carro muito rapidamente. Aurélio não o reconheceu, pegou a sua arma e disparou contra a vítima. Ao sair do carro, ele viu que o homem não estava armado e teria informado ser morador do condomínio.