Nesta quinta-feira (9), a Polícia Civil do Rio disse que até seis pessoas foram indiciadas pela morte dos três meninos desaparecidos de Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Cinco dos principais suspeitos respondem por homicídio, e três deles foram executados — o que a polícia acredita que tenha sido queima de arquivo.
Como as mortes ainda precisam se comprovadas, eles serão indiciados.
Hoje, uma operação foi realizada para encerrar o inquérito
e, segundo as investigações, as crianças foram mortas após supostamente roubarem passarinhos que pertenciam a traficantes. Os meninos, então, passaram por uma sessão de tortura violenta.
Lucas Matheus, Alexandre da Silva e Fernando Henrique
tinham 9, 11 e 12 anos na época em que sumiram.
Saiba quem são os seis indiciados pelo crime:
1. Edgar Alves de Andrade, o Doca
É um dos chefes do Comando Vermelho e está foragido. Ele teria sido implicado no crime após outro traficante (Stala) ter dito que foi autorizado por ele e um terceiro (Piranha) a matar as crianças.
2. Ana Paula da Rosa Costa, a Tia Paula (morta)
Outra liderança do tráfico local, ela teria convocado o motorista do carro que levou os corpos dos meninos para que fossem jogados em um rio da região. De acordo com a polícia, Tia Paula e Stala estavam envolvidos quando as crianças foram agredidas e torturadas.
3. Willer Castro da Silva, o Stala (morto)
Gerente do tráfico do Castelar, Stala era sobrinho do homem que teve os passarinhos roubados. Ele tinha 10 anotações criminais e três mandados de prisão pendentes. De acordo com a polícia, ele foi morto a mando de Wilton Carlos Quintanilha, o Abelha, por volta do dia 25 de agosto. Stala também estava envolvido na sessão de tortura dos meninos.
4. José Carlos Prazeres da Silva, o Piranha (morto)
Segundo as investigações, Piranha influenciava e determinava os crimes que eram cometidos no Castelar. Ele foi morto provavelmente em 9 de outubro após decisão da cúpula da facção.
5. Nome não divulgado (preso)
6. Nome não divulgado - (responde em liberdade)
Testemunhas
Dois depoimentos foram fundamentais para ajudar no esclarecimento do caso, de acordo com apuração do G1
. A primeira testemunha disse que estava em um bar da comunidade quando duas motos se aproximaram. A Tia Paula estaria na garupa de uma delas.
Segundo um desses relatos, a traficante teria perguntado se alguém sabia dirigir. A testemunha se ofereceu e foi levada na moto até um carro. No veículo estariam os corpos dos meninos.
De acordo com o depoimento, o informante mandou a testemunha dirigir até um rio próximo da favela, onde os corpos foram jogados.