O prefeito de Pedro Juan Caballero, José Carlos Acevedo
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O prefeito de Pedro Juan Caballero, José Carlos Acevedo

O prefeito de Pedro Juan Caballero , José Carlos Acevedo, afirmou nesta sexta-feira que a polícia paraguaia encobre o verdadeiro responsável pelos  quatro assassinatos ocorridos na fronteira com o Brasil, no último fim de semana. Acevedo disse que as autoridades do país têm atribuído a ordem para os crimes à pessoa errada e de forma "orquestrada por policiais corruptos".

A Polícia do Paraguai tem o traficante Faustino Román Aguayo Cabañas, de 44 anos, como principal suspeito de ser o mandante da chacina . Mas em entrevista ao ABC Color, Acevedo acusou Marcio Sánchez Giménez, conhecido como “Aguacate”, de ter ordenado a execução dos crimes.

"O verdadeiro mandante passeia pela cidade e a polícia não faz nada porque a 'fruta' (em referência a 'Aguacate', que significa abacate, em espanhol) suborna os oficiais. A polícia é corrupta", disse Acevedo.

Aguacate é apontado pela imprensa paraguaia como um pistoleiro que lidera um grupo de matadores de aluguel. Ele também teria sido chefe de segurança do narcotraficante Jorge Rafaat Toumani, conhecido como rei da fronteira. Toumani foi executado em Pedro Juan Caballero em 15 de junho de 2016.

Para Acevedo, Cabañas tem sido usado para que Aguacate permaneça em liberdade sem ser incomodado.

"Sim, há policiais corruptos e eles vão atirar para o outro lado. Por que não prendem 'la fruta'? A polícia sabe onde está, onde é sua casa", afirmou o prefeito. Acevedo, no entanto, não quis comentar porque Aguacate teria ordenado o ataque.

Acevedo é irmão do governador de Amambay(estado onde está localizada Pedro Juan Caballero), Ronald Acevedo, e tio de Haylée Carolina Acevedo Yunis, de 21 anos, que foi assassinada na chacina.

As outras vítimas são Rhamye Jamilly Borges de Oliveira, de 18 anos, Kaline Reinoso de Oliveira, de 22, e Osmar Vicente Álvarez Grance, de 29, conhecido como "Bebeto" . Foram disparados mais de cem tiros de fuzil em direção ao grupo, que estava numa camionete branca e teria acabado de sair de uma boate.

Vídeo registrou o momento em que as vítimas foram mortas
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Vídeo registrou o momento em que as vítimas foram mortas


Desde o dia do crime,  autoridades paraguaias têm dito que o principal alvo da ação de sábado era "Bebeto", alvejado com 31 tiros ao sair de uma casa noturna. Nesta quinta-feira, o nome de Cabañas surgiu na investigação como possível mandante.

Cabañas está preso desde maio e acusado de chefiar uma operação criminosa que movimentou ao menos três toneladas de drogas em 2019. Na quinta-feira, o presídio onde ele está detido passou por uma vistoria. Na cela do paraguaio, os policiais encontraram televisão, armários embutidos, cama box, três telefones celulares e até uma mesa de bilhar. No fim do dia, o governo anunciou que fecharia a penitenciária.

Cabañas estava acompanhado da namorada, Mirna Keldryn Romero Lesme, de 22 anos, durante a vistoria. A presença da jovem na cela do traficante levou pessoas que acompanham o caso a levantar a possibilidade de que uma intriga amorosa também possa ter tido influência no caso. Mirna teria tido um relacionamento com Bebeto.

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