O delegado Alessandro Petralanda, titular da 32ª DP (Taquara), abrirá inquérito para investigar supostas ameaças sofridas por uma advogada que acompanhava um grupo de 19 ambientalistas durante um mutirão de limpeza no Trecho 11 da Trilha Transcarioca, que faz parte do Parque Nacional da Tijuca, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, na tarde de domingo. A mulher, de 44 anos, afirmou ter encontrado uma arcada dentária junto a um bilhete, manuscrito em uma folha branca, em que se lê: “O titia da trilha, cata o teu lixinho longe daqui. Caia fora! Quer morrer? Morte brutal?”. A Trilha Transcarioca foi inaugurada oficialmente em fevereiro de 2017.
De acordo com o depoimento prestado pela advogada na 41ª DP (Tanque), ao qual O GLOBO teve acesso, a advogada relatou que, ao chegar à trilha, por volta de 9h30m, encontrou ainda na floresta um homem aparentado ter entre 20 e 25 anos, medir aproximadamente 1,80m e vestir blusa de malha cinza, bermuda azul e chinelo branco. Assim como os demais integrantes do grupo, a mulher cumprimentou o jovem que a respondeu. Os ativistas então continuaram a recolher os resíduos de lixo e os empacotar. Cerca de duas horas e meia depois, na altura da Mureta dos Três Rios, ela encontrou o bilhete e a arcada dentária amarrados com uma fita azul.
A mulher contou ainda que, no fim do dia, um dos participantes do mutirão embarcou num ônibus e ficou surpreso ao ver o homem, que teria desembarcado na Estrada Grajaú-Jacarepaguá, próximo à comunidade do Lins de Vasconcelos. Ela afirmou ser atuante na área ambiental e temer “por sua integralidade física e vida”, razão pela qual disse querer representar criminalmente contra o autor do crime, “tão logo ele seja identificado, através do resultado pericial”.