Logo após o ataque de um jovem que esfaqueou três crianças e duas professoras em escola infantil do município de Saudades , em Santa Catarina , algumas famílias decidiram se dirigir ao local para obter informações. Esse foi o caso da família de uma menina de um ano e oito meses que foi morta na ocasião.
"Inicialmente não a acharam, procuraram em tudo na creche e nada. Até que o pai dela deu a volta pelo lado de fora da escola e encontrou a menina caída no chão em uma sala trancada", disse Nilsa, avó da menina, ao portal UOL
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Nilsa contou que só ficou sabendo da situação por volta das 11h, quando ligaram do hospital onde estava a mãe da menina internada. Ao chegar no local, a avó encontrou a filha, que estava desolada com a morte da criança.
"Ainda não estou acreditando no que aconteceu. Foi uma perda bem drástica", desabafou Ederson, tio da menina. Ele acredita que o ataque seja um reflexo do discurso do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), por defender o armamento da população. "Em uma família, a gente ouve os pais, e o presidente é o nosso pai, que não está dando o exemplo", afirmou ao UOL .
Além da menina, a professora Keli Adriane Aniecevski, de 30 anos , a auxiliar de educação Mirla Renner, de 20, e mais duas crianças , que também não tiveram as identidades divulgadas, foram mortas no ataque. O suspeito do crime é Fabiano Kiper Mai, de 18 anos, que tentou suicídio cortando o próprio pescoço com a faca utilizada para matar as vítimas e está internado em estado grave.
Socorro
Duas equipes do Corpo de Bombeiros de Saudades e do município vizinho de Pinhalzinho foram mobilizadas para atender à ocorrência. "Quando eles chegaram, se depararam com uma cena extremamente violenta, já com uma servidora e duas crianças em óbito no local, e ainda mais outros ocupantes da edificação que estavam feridos e o agressor, que já estava mobilizado pela Polícia Militar, já estava bastante machucado", disse o comandante dos Bombeiros, capitão Leonardo Ecco.
De acordo com o comandante, o suspeito tentou agredir os socorristas enquanto era retirado da cena do crime. Ainda segundo Ecco, os seis bombeiros que atenderam à ocorrência foram retirados da escala da tarde, devido ao impacto do que viram na creche.
"Foi uma cena muito chocante para a equipe, muitos são pais e a equipe está abalada psicologicamente. Nossas equipes se preparam e treinam para atender da melhor maneira os piores cenários. Mas uma situação como essa, com brutalidade, vítimas inocentes e indefesas, isso mexe muito com o emocional deles. Então, eu conversei com todos, já substituímos na escala de serviço para rodar, para dar continuidade e vamos tratar eles agora, buscar todo o amparo psicológico para os profissionais que também sofrem um impacto muito significativo", acrescentou.