Com o pedido de demissão de Ernesto Araújo, do cargo de ministro das Relações Exteriores , o vice-líder do Cidadania na Câmara, Daniel Coelho (PE), declarou que espera que o ministro Ricardo Salles , do Meio Ambiente, tenha o mesmo caminho. As informações foram apuradas pelo Uol.
"Agora, o próximo é Salles, que precisa sair para que o Brasil volte a dialogar com o mundo democrático", declarou, que também aguarda que a escolha de Bolsonaro seja "alguém com capacidade" no comando do Itamaraty.
"As relações exteriores devem ser pautadas pelo equilíbrio e pela moderação. Ele (Ernesto Araújo) foi o exemplo de tudo o que não deve ser feito. Atacou nações, culturas, atacou a verdade e, por fim, agrediu o Senado Federal", ressaltou.
Araújo sofre pressão do Senado, principalmente, pela aquisição de novas doses da vacina contra a Covid-19 . Ele teria avisado para os colegas que vai pedir demissão de cargo.
No domingo (28), tendo como suas últimas ações no ministério, Araújo foi até suas redes sociais e publicou críticas contra a senadora Kátia Abreu (PP-TO), em que falava sobre a relação da parlamentar com a China. Um suposto lobby teria sido desenvolvido para favorecer o país a conseguir implementar a tecnologia 5G aqui no Brasil.
A saída de Ernesto Araújo do ministério já era especulada desde da quarta-feira passada (24), quando ele foi para uma reunião com membros da Casa e foi cobrado sob a questão de que a política diplomática brasileira não está contribuindo para a aquisição de doses da vacina contra o novo coronavírus.
Em entrevista concedida à Globo News, Kátia Abreu, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal, conta sua versão sobre a reunião com Araújo no início do mês de março. Ela fala que alterou o chanceler sobre a situação do desmatamento da Amazônia.
Segundo Abreu, a questão sobre da Amazônia, assunto é tratada diretamente com Salles e com membros da pasta. Foi apontado que devido ao desmatamento, “ia impedir o acordo do Mercosul (Mercado Comum do Sul) com a UE (União Europeia). Precisava mudar a narrativa", contou.
Durante 20 anos, acordo é tratado pelas autoridades dos dois blocos entre Mercosul e União Europeia. Porém, atualmente ele se encontra travado pelos protestos de países como a França, por não concordar com as políticas ambientais brasileiras.