Os corpos das nove pessoas que morreram após tumulto causado em ação policial na favela de Paraisópolis , Zona Sul de São Paulo, na madrugada do domingo (2) foram identificados por familiares no Instituto Médico Legal.
Ao todo, oito vítimas do sexo masculino e uma do sexo feminino morreram no local. A princípio, a causa da morte foi apontada como “pisoteamento”. Veja nome das vítimas:
Dennys Guilherme dos Santos Franca, 16 anos
Dennys fez uma publicação nas redes sociais antes de sair para o baile. Nela, falava que estava "inspirado" e que ia "surfar mais que o medina". Ativo nas redes sociais, o jovem publicava imagens em festas e na rua "vou ser um dos favelado que vai conquistar o mundo”, diz uma das publicações. Amigos prestaram condolências por meio do Facebook.
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Marcos Paulo Oliveira dos Santos, 16 anos
Marcos foi o primeiro a ser reconhecido no IML . Ele morava no bairro do Jaraguá com os pais, a avó, o irmão e dois primos. A família soube da morte por meio de um vizinho e se encaminhou ao IML ainda no domingo.
Denys Henrique Quirino da Silva, 16 anos
Denys Henrique trabalhava como lavador de estofamento de sofás e ia ao baile funk de Paraisópolis com frequência. Ele foi ao local após sair do emprego. O irmão dele foi responsável pelo reconhecimento do corpo e a mãe afirmou que não acredita que o filho foi pisoteado. "Foi chacina", disse.
Eduardo Silva, 21 anos
Eduardo Silva, de 21 anos, foi uma das últimas pessoas a ter o corpo identificado. Segundo informações nas redes sociais do jovem, ele era morador de Carapicuíba e pai de um menino de três anos de idade.
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Gustavo Cruz Xavier, 14 anos
Gustavo foi a vítima mais nova entre os mortos de Paraisópolis. A família do adolescente teria procurado por ele ao longo de todo o domingo e resolvido ir ao IML após não encontrá-lo, reconhecendo o corpo no local.
Gabriel Rogério de Morais, 20 anos
Gabriel era natural de Mogi das Cruzes e foi para a festa em Paraisópolis sem avisar à família. O corpo dele foi reconhecido pelo pai, Reinaldo Cabral de Morais, no IML . “Meu filho único que Deus me deu, meu filho do coração", afirmou o pai às lágrimas no local.
Luara Victoria de Oliveira, 18 anos
Luara é a única mulher entre as vítimas de Paraisópolis. Do lado de fora do IML, os pais afirmaram que não sabiam que a filha estava no baile funk na noite em que foi morta.
Os corpos dos jovens Bruno Gabriel dos Santos, de 22 anos, e Mateus dos Santos Costa, de 23 anos, também foram reconhecidos pelas famílias no IML.
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Além dos nove mortos, 12 pessoas ficaram feridas após a investida policial no baile funk . A estimativa é de que cinco mil pessoas estivessem no local no momento do tumulto. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram alguns participantes da festa levando tapas, rasteiras, chutes e sendo encurralados pelos policiais.
Até o momento, o governador João Doria afirmou que “apuração rigorosa” será feita no local. Policiais envolvidos na operação prestaram depoimento no domingo (1). A justificativa dada pelos policiais é de que dois homens em uma moto furaram um bloqueio policial, atiraram nos PMs e entraram no “ fluxo ”.
O porta-voz da PM
, Tenente-Coronel Emerson Massera, afirmou que os policiais fizeram "uso comedido" de técnicas para sair do meio do público.