Um adolescente vendia sacolés
em Grajaú (MA), a 563 quilômetros de São Luís, quando foi filmado sendo zombado
por outros jovens. Acuado e com lágrimas escorrendo pelo rosto, ele
foi surpreendido por policiais militares do 37º BPM que viram aquela cena e ficaram comovidos. Eles foram até a casa do garoto para comprarem todos os produtos dele.
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Em seguida, os PMs distribuíram os "cremosinhos", como são chamados os sacolés na região, para outras crianças do bairro. O soldado Alves Oliveira, que participou do episódio
desta quarta-feira (4), contou que o vídeo da humilhação contra o adolescente
estava circulando em grupos de WhatsApp entre os moradores da cidade e sensibilizou os agentes.
Imagens desse momento viralizaram nas redes sociais e vêm emocionando internautas, que deixam vários elogios à atitude deles.
"Sem esquecer aqui que a estrela maior é o Adão. Ele é um guerreiro. Eu também já trabalhei vendendo coisas e sei que é horrível ser humilhado da forma que ele foi. Ele é uma
criança pura, sem maldade, uma pessoa totalmente do bem. Isso é o que fere mais a gente. As pessoas pensam que nós, policiais, não somos seres humanos, mas nós somos e temos os
mesmos sentimentos. Não foi à toa que a gente foi lá e fez isso", ressaltou.
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A mãe do adolescente também estava no local e, no vídeo, é possível vê-la ainda abalada pelo bullying que seu filho tinha sofrido. Há relatos de que, durante a ação, os PMs ressaltaram ao jovem para ele nunca se sentir envergonhado por trabalhar.
"Nós assitimos (ao vídeo da humilhação) e achamos que aquilo foi uma covardia enorme", relatou Alves Oliveira, acrescentando que não esperava tamanha repercussão da atitude de
ajudar o menino. "Jogamos o vídeo no grupo (de WhatsApp) para servir como um incentivo".
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O PM disse ainda que, inicialmente, a equipe buscou o agressor para poderem conversar com o pai dele. Como o jovem não foi encontrado, os agentes foram até o menino alvo das
ofensas, chamado Adão.
"Não foi difícil encontrar o garoto porque ele já vem trabalhando há um bom tempo vendendo e muitas pessoas pessoas nos informaram (onde ele estava). Inclusive alguns amiguinhos
dele nos levaram até a casa dele. Chegando lá, a gente conversou com ele, demos alguns conselhos, e começamos a gravar o que a gente estava fazendo. Surgiu a ideia então de
comprar o que sobrou. Tinham ainda 17", afirmou o policial sobre o adolescente
.