Drogas apreendidas pela Operação Rosário
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Drogas apreendidas pela Operação Rosário

A Polícia Civil do Distrito Federal deflagou na manhã desta terça-feira (15) uma operação para desarticular uma facção criminosa que atua na capital federal. Os agentes estão na rua para cumprir 55 mandados de prisão e fazer busca e apreensão em mais de 30 endereços. As investigações identificaram que o grupo é o maior no controle do tráfico de drogas na região, tem estatuto e estrutura hierarquizada, não se associa a outras organizações criminosas e está ligado a pelo menos 45 inquéritos de homicídios consumados e tentados que tramitam na polícia local.

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Com o aprofundamento das investigações, a Polícia Civil decidiu instaurar ou pedir o desarquivamento de outros 14 inquéritos de homicídio que podem ter relação com a facção criminosa . A matança é consequência de uma briga, iniciada em 2013, entre a facção e um outro grupo por disputa de território. A cada baixa de um lado, outra morte foi praticada como vingança, em uma sequência longa de assassinatos.

A polícia instaurou também uma investigação de lavagem de dinheiro. A Justiça autorizou o sequestro de quantias em contas bancárias de 60 pessoas, 11 imóveis e 17 veículos. Entre os 55 mandados de prisão, 49 decorrem do inquérito que investiga os homicídios e crimes associados, e seis da apuração sobre a lavagem. Um advogado está entre os alvos. Pelo menos 17 pessoas com mandados contra si já estão presas antes da deflagração.

Esta é a terceira fase da Operação Rosário. As duas etapas anteriores tiveram a prisão de suspeitos. Um deles, apontado como liderança na facção, estava foragido há 11 anos da Justiça. Outro foi detido no Maranhão, de onde controlava a compra e venda de drogas, conforme a polícia. As investigações foram feitas em parceria com o Ministério Público do DF.

Delegado da Coordenação de Homicídios da Polícia Civil do DF , Thiago Boeing afirma que a facção já tem alcance considerável em termos de poder econômico e organização para ocultar seus negócios. O objetivo das prisões, segundo ele, é evitar que esse fortalecimento ocorra, a exemplo do que foi visto em outras regiões, como o Norte e Nordeste.

— É um grupo que tenta impor a lógica de outras facções no DF. Se não atuarmos, vão se tornar como outros grupos que se fortaleceram nos últimos tempos. Por isso, estamos focados na questão financeira, em desarticular sua base econômica —disse Boeing.

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