Deformidade no dente pode ter levantado suspeita de vampirismo
Miroslaw Blicharski /Aleksander Poznan
Deformidade no dente pode ter levantado suspeita de vampirismo


Um artista forense sueco recriou o rosto da " vampira da Polônia ", mulher que foi enterrada no século XVII com uma foice no pescoço e um cadeado em um dos pés , em uma vila na Polônia .

De aproximadamente 18 anos, ela foi apelidada de Zosia pelos pesquisadores que a descobriram em 2022. O achado foi feito pelo  arqueólogo Dariusz Polinski e sua equipe, da Universidade Nicolaus Copernicus, em Pien, no norte da Polônia.

Proteção contra “vampiros”

O jeito diferente como ela foi enterrada — com a foice e o cadeado — era considerado prática comum de proteção para impedir o retorno do mundo dos mortos, um costume ligado ao folclore local do século XVII.

Zosia fazia parte de mais de 50 sepultamentos diferentes encontrados na região, indicando crenças sobre mortos-vivos e rituais "anti-vampiros". Exames indicam que ela possivelmente tinha dores crônicas de cabeça e episódios de desmaios.

Segundo Polinski, o ferro, encontrado em vários objetos que "aprisionam o esqueleto", era considerado uma proteção contra o sobrenatural. Alguns itens foram adicionados em momentos diferentes, sugerindo medo contínuo dos mortos. 

Para o pesquisador, o cemitério, que foi utilizado por quatro gerações, tem muitos sepultamentos ritualísticos não documentados.

O rosto

A reconstrução em 3D do rosto foi feita pelo artista forense sueco Oscar Nilsson. Ele utilizou o crânio e o DNa da mulher para recriar o que seria sua aparência.

Modelo 3D do que seria o rosto da
Oscar Nilsson/Project Pien/Handout
Modelo 3D do que seria o rosto da "vampira" Zosia


Zosia pode ter sido de origem escandinava, com base em análises de DNA e isótopos químicos. Objetos finos encontrados em seu túmulo, como tecidos com fios de prata e ouro, sugerem que ela tinha uma posição de alto status social.

O artista usou uma impressora 3D para criar um modelo do crânio e, em seguida, esculpiu o rosto com argila. A reconstrução revelou uma jovem com traços delicados.


** Formado em jornalismo pela UFF, em quatro anos de experiência já escreveu sobre aplicativos, política, setor ferroviário, economia, educação, animais, esportes e saúde. Repórter de Último Segundo no iG.

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