Trump e democratas do Congresso estão em um impasse sobre verbas federais
Casa Branca/Reprodução
Trump e democratas do Congresso estão em um impasse sobre verbas federais

A paralisação do governo dos Estados Unidos chegou nesta quarta-feira (22) ao seu 22º dia, alcançando a segunda maior duração já registrada no país. A marca superou o impasse de 1995-1996 e ainda não tem sinal de acordo entre democratas e republicanos.

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O chamado "shutdown" foi gerado após o Congresso não aprovar o financiamento sobre programas de saúde e gastos públicos, o que paralisou boa parte dos setores federais de serviços. Calcula-se que o impasse afete 1,4 milhões de servidores e provoque prejuízos de até US 2 bilhões (R$ 10,7 bi) por dia.

Sem acordo

O congresso americano é formado pelo Senado e a Câmara dos Representantes
Reprodução/US Embassy
O congresso americano é formado pelo Senado e a Câmara dos Representantes


Desde 1º de outubro, o Senado, com maioria democrata, já barrou 11 tentativas de reabertura do governo apresentadas pelos republicanos. Apenas três senadores democratas votaram a favor de avançar com o projeto aprovado pela Câmara, que manteria o financiamento de órgãos federais até 21 de novembro.

O Senado volta a se reunir às 10h (12h, no horário de Brasília) desta quarta, em mais uma tentativa de encerrar o impasse. Os líderes democratas pressionam por uma reunião direta com o presidente Donald Trump.

O presidente da Câmara, Mike Johnson, mantém a posição de que não haverá reunião de alto nível até que os democratas aprovem a reabertura do governo.

O plano dos republicanos é continuar colocando em votação o projeto provisório de sete semanas para financiar o governo, apesar da resistência democrata. 

Presidente não cedeu

Donald Trump chegou a acusar os democratas de tentativa de extorsão, e disse que não será chantageado "por esse plano absurdo”. Segundo o NY Post, ele exigiu que os democratas do Senado votem pela resolução bipartidária limpa e reabam o governo.

Os democratas exigem que os republicanos incluam no projeto a prorrogação dos subsídios ampliados de seguro de saúde da era da pandemia, que beneficiam cerca de 22 milhões de pessoas que compraram planos por meio do sistema do Obamacare.

A Casa Branca argumenta que esses benefícios só expiram em 31 de dezembro, o que permitiria negociar o tema após a reabertura do governo.

Segunda maior paralisação da história

O impasse atual ultrapassou a paralisação de 1995-1996, que durou 21 dias (de 16 de dezembro a 6 de janeiro) durante o governo Bill Clinton, provocada pelo veto presidencial a um orçamento com cortes de gastos proposto pelo Congresso controlado pelos republicanos.


Atualmente, cerca de 750 mil servidores federais estão afastados sem remuneração, e o governo Trump já iniciou demissões permanentes em algumas agências. Se o bloqueio continuar, funcionários públicos deixarão de receber seus salários integrais nesta sexta-feira (24), e militares poderão ficar sem pagamento na próxima semana, em 31 de outubro.

A paralisação mais longa da história dos EUA ocorreu entre 2018 e 2019, também durante o governo Trump, e durou 35 dias.

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