Presidente da Rússia, Vladimir Putin
Kremlin - 30.10.2023
Presidente da Rússia, Vladimir Putin

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, admitiu nesta quinta-feira (9) que um ataque da defesa aérea russa  foi o responsável pela queda de um avião da Embraer que matou 38 pessoas, em 25 de dezembro do ano passado, no Cazaquistão.

A declaração foi dada durante um encontro com o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev. Na ocasião, Putin disse que dois mísseis russos detonaram ao lado do avião da Azerbaijan Airlines depois que drones ucranianos entraram no espaço aéreo do país.

"Os dois mísseis lançados não atingiram o avião diretamente. Se isso tivesse acontecido, ele teria caído no local. Mas eles explodiram, talvez como medida de autodestruição, a poucos metros de distância, cerca de 10 metros. E, assim, o dano foi causado, não pelas ogivas, mas provavelmente pelos destroços dos próprios mísseis" , detalhou.

Putin explicou ainda que o piloto chegou a relatar o impacto como uma colisão com um bando de pássaros, o que também consta nas gravações das caixas-pretas da aeronave.

Durante o encontro, Aliyev agradeceu ao presidente russo por acompanhar pessoalmente o caso. Na época do acidente, o governo do Azerbaijão havia acusado Moscou de tentar encobrir a causa da tragédia.

Informações preliminares apontam que um pássaro teria atingido o avião
Reprodução/redes sociais
Informações preliminares apontam que um pássaro teria atingido o avião

Putin também prometeu indenização às famílias das vítimas e uma investigação completa.

"Tudo o que for necessário em casos tão trágicos será feito pelo lado russo em termos de indenização e avaliação legal. É nosso dever fazer uma apuração objetiva e identificar as verdadeiras causas", declarou.

Queda

O avião, um Embraer 190 da Azerbaijan Airlines, fazia o trajeto entre Baku (Azerbaijão) e Grózni (Rússia), mas caiu durante uma tentativa de pouso de emergência.

Um relatório preliminar divulgado em fevereiro pelo governo do Cazaquistão já indicava que a aeronave havia sido atingida por "objetos externos", embora sem especificar a origem dos danos.

O documento relatava que os pilotos pediram alteração do local de pouso após informarem que o avião fora atingido por pássaros e que dois assentos haviam explodido.

A investigação identificou danos compatíveis com estilhaços de mísseis, o que reforçou a suspeita de que o sistema antiaéreo russo tenha provocado o acidente após ataques de drones ucranianos próximos à região.

Investigação brasileira

As caixas-pretas do avião foram enviadas ao Brasil, onde fica a sede a Embraer, fabricante da aeronave. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) concluiu a análise dos equipamentos em 6 de janeiro e repassou os dados à Autoridade de Investigação de Acidentes Aeronáuticos do Cazaquistão, responsável oficial pelo inquérito.


"Toda a análise e as conclusões que serão publicadas no Relatório Final dessa investigação aeronáutica são de exclusiva responsabilidade da Autoridade de Investigação do Cazaquistão", informou a Força Aérea Brasileira (FAB) à época.

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