A cidade de Pamplona voltou a pulsar neste sábado (6) com o início das festas de San Fermín 2025, uma das celebrações mais tradicionais e conhecidas da Espanha . O evento, que ocorre entre 6 e 14 de julho, atrai anualmente centenas de milhares de visitantes de todas as partes do mundo para acompanhar as emocionantes corridas de touros, as touradas, e uma programação cultural intensa ligada à devoção a São Firmino, padroeiro da cidade.
O grande destaque da festa são os encierros — as corridas em que touros bravos percorrem cerca de 850 metros pelas ruas estreitas do centro histórico de Pamplona até a Plaza de Toros, às 8h da manhã, todos os dias entre 7 e 14 de julho. A corrida dura em média de dois a quatro minutos e coloca em risco a vida dos corredores, muitos dos quais buscam viver a tradição como um rito de coragem.
Os participantes vestem-se com roupas brancas e um lenço vermelho amarrado ao pescoço, símbolo tradicional da festa. O lenço só é colocado após o lançamento do chupinazo, o foguete que marca o início oficial das comemorações, às 12h do dia 6 de julho, da sacada da prefeitura de Pamplona.
As touradas também fazem parte do programa oficial da festa e acontecem diariamente, sempre no final da tarde, na imponente Plaza de Toros de Pamplona, uma das maiores da Espanha.
Os mesmos touros que participam das corridas matinais são enfrentados por toureiros profissionais, muitos deles entre os mais reconhecidos do país. A tourada segue o formato clássico: o animal é desafiado em uma série de movimentos e rituais.
A arena se divide entre áreas populares, onde a festa e a música são intensas, e setores nobres, onde o espetáculo é acompanhado com silêncio, como uma expressão artística e cultural.
Apesar de sua forte tradição, o evento divide opiniões. Organizações de proteção animal protestam contra o uso dos touros nas corridas e nas arenas, chamando atenção para o sofrimento dos animais. Ainda assim, os ingressos seguem sendo altamente disputados, especialmente por turistas que desejam vivenciar a cultura taurina espanhola de perto.
Durante os nove dias, Pamplona vive uma verdadeira transformação. Ruas e praças ficam lotadas com apresentações musicais, desfiles de gigantes e cabeçudos, fogos de artifício e procissões religiosas em homenagem a San Fermín. Bares e restaurantes funcionam ininterruptamente, e a cidade se torna um polo de cultura, devoção e turismo.
O evento conta com um forte esquema de segurança. Este ano, mais de 3 mil agentes entre policiais, bombeiros e equipes médicas estão de prontidão para atender emergências.
Já nos primeiros dias de festa, foram registrados diversos atendimentos médicos por quedas, escoriações e choques com touros — nenhum caso grave até agora. Autoridades também alertam para os riscos do consumo excessivo de álcool, especialmente entre os mais jovens.
A prefeitura estima que o San Fermín 2025 movimente mais de 120 milhões de euros, com impacto direto nos setores de hotelaria, gastronomia, turismo e comércio local. A taxa de ocupação hoteleira já ultrapassa 95% neste fim de semana.
Imortalizada por Ernest Hemingway em seu romance O Sol Também se Levanta (1926), a festa continua sendo um símbolo vibrante da cultura espanhola, onde tradição, fé e festa se entrelaçam de forma única.