O entendimento ocorre após meses de aumento de tarifas e restrições mútua
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O entendimento ocorre após meses de aumento de tarifas e restrições mútua


A China e os Estados Unidos formalizaram nesta sexta-feira (27) um acordo que encerra a recente  escalada da guerra comercial entre os dois países.

As negociações foram iniciadas em maio, em Genebra, e concluídas em Londres no início de junho, após um telefonema entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente chinês, Xi Jinping.

O entendimento ocorre após meses de aumento de tarifas e restrições mútuas. Em abril, Trump havia elevado tarifas sobre produtos chineses para até 145%, enquanto a China retaliou com alíquotas de até 125% sobre produtos americanos e impôs restrições à exportação de terras raras.

A disputa também envolveu temas como cadeias de suprimento, uso de minerais estratégicos e controle do fluxo de precursores químicos usados na produção de fentanil.

Com o acordo, os Estados Unidos reduziram as tarifas para 30% por um período inicial de 90 dias. A nova alíquota inclui uma taxa de 10% e mais 20% atrelados à crise do fentanil.

Já a China baixou suas tarifas para 10% e suspendeu contramedidas não tarifárias impostas desde abril, incluindo restrições à exportação de terras raras.


O governo chinês se comprometeu a revisar e aprovar pedidos de exportação desses minerais, considerados essenciais para setores como semicondutores, aeroespacial e defesa.

Em contrapartida, os Estados Unidos suspenderão medidas restritivas sobre a China, incluindo controles de exportação de software e tecnologias sensíveis.

O pacto também estabelece um mecanismo permanente de diálogo econômico e comercial, com reuniões alternadas entre os dois países ou em nações neutras.

O grupo será liderado pelo vice-primeiro-ministro chinês He Lifeng, o secretário do Tesouro americano Scott Bessent e o representante comercial Jamieson Greer.

Outros pontos do acordo incluem o compromisso da China em discutir a abertura de mercado para produtos dos EUA, e a retomada de autorizações para exportações de ímãs e terras raras.

Os Estados Unidos, por sua vez, permitirão o ingresso de estudantes chineses em instituições de ensino superior.

Negociações

Xi Jinping
Divulgação/Xinhua
Xi Jinping


As negociações ocorreram paralelamente a discussões sobre o controle de precursores do fentanil, conduzidas por canais separados.

Trump vinculou as tarifas à necessidade de a China conter a exportação de insumos químicos utilizados na produção da droga, associada a mais de 74 mil mortes nos EUA em 2023.

O Ministério do Comércio da China confirmou que cumprirá os termos acordados em Genebra. O acordo ainda será submetido à aprovação final dos chefes de Estado.

O cronograma da disputa teve início em fevereiro, com a assinatura de uma ordem executiva por Trump declarando emergência nacional sobre o tráfico de fentanil.

Em abril, as tarifas chegaram ao pico de 145% e provocaram respostas equivalentes da China. Após a trégua firmada em maio, foi criada a base para o anúncio oficial desta sexta-feira.

A redução tarifária é válida por 90 dias. Ainda não há definição sobre um acordo permanente.

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