Apesar do acordo, ainda há incertezas sobre a sua estabilidade
khamenei.ir/Reprodução
Apesar do acordo, ainda há incertezas sobre a sua estabilidade


O governo do Irã anunciou, nesta terça-feira (24), o  fim do conflito com Israel, iniciado em 13 de junho. A declaração foi feita por meio da imprensa estatal.

O presidente Masoud Pezeshkian classificou o encerramento da guerra como uma "grande vitória" para o país, atribuindo o início dos combates a ações israelenses contra instalações nucleares e militares iranianas.

O anúncio ocorre no mesmo dia em que entrou em vigor um cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos, com apoio do Catar.

A trégua foi formalizada na madrugada de terça-feira (1h, horário de Brasília), após negociações que envolveram o presidente dos EUA, Donald Trump, o primeiro-ministro do Catar e, do lado americano, o vice-presidente J.D. Vance, o secretário de Estado Marco Rubio e o enviado especial Steve Witkoff.


Uma fonte oficial americana, citada pela agência Reuters, afirmou que o Irã aceitou a trégua com a condição de que Israel cessasse completamente os ataques. Apesar do acordo, ainda há incertezas sobre a sua estabilidade.

Trump, por meio de uma publicação na rede Truth Social, acusou ambos os lados de descumprirem os termos da trégua e alertou Israel contra novas ações militares.

No mesmo dia do anúncio iraniano, o chefe do Estado-Maior de Israel, general Eyal Zamir, confirmou o fim dos ataques contra o território iraniano.

No entanto, declarou que a campanha militar contra o Irã ainda não foi concluída. Zamir afirmou também que, a partir deste momento, o foco das Forças de Defesa de Israel será a Faixa de Gaza, onde o país mantém um conflito com o Hamas desde outubro de 2023.

A ofensiva em Gaza foi retomada em março de 2025, após uma pausa de dois meses, com o objetivo declarado de resgatar reféns e enfraquecer o regime do Hamas. Há registros de dificuldades na distribuição de ajuda humanitária desde a retomada dos bombardeios na região.

Do lado iraniano, o aiatolá Ali Khamenei declarou na segunda (23) que o Irã "não é uma nação que se rende", reafirmando a posição do regime.

Bandeira do Irã
sina drakhshani/Unsplash
Bandeira do Irã


O Comando Militar Conjunto do Irã afirmou que tanto os Estados Unidos quanto Israel sofreram "golpes esmagadores" durante o conflito, incluindo ações contra alvos em território israelense e contra a base americana de Al-Udeid, no Catar.

Segundo o presidente Trump, o ataque iraniano à base americana foi antecipadamente comunicado por Teerã, o que, segundo ele, indicaria que a ação teve caráter simbólico.

A base de Al-Udeid, localizada no território do Catar, foi um dos pontos centrais do embate indireto entre as forças envolvidas.

Em relação ao tráfego aéreo, o Irã ainda não decidiu se reabrirá seu espaço aéreo. Apesar da indefinição, o site FlightRadar 24 registrou partidas e chegadas de voos internacionais em Teerã sob permissão especial. Esses voos operaram em caráter limitado, com possibilidades de serem destinados a fins humanitários, diplomáticos ou logísticos.

Relatos de ataques em Teerã, ocorridos já durante as primeiras horas da vigência do cessar-fogo, contribuíram para aumentar as dúvidas sobre a permanência do acordo. A trégua, embora formalmente anunciada, segue sob pressão e vigilância internacional.

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