
Uma mina de ouro operada ilegalmente no Mali, na África, desabou no sábado (15), deixando ao menos 50 mortos, segundo informações divulgadas pela agência de notícias estatal chinesa Xinhua.
O incidente ocorreu em uma área de mineração informal, onde trabalhadores exploravam o solo sem as devidas medidas de segurança.
O desastre aconteceu durante uma tentativa de extração de ouro em áreas de mineração abandonadas, anteriormente usadas por operadores industriais, quando o solo instável cedeu repentinamente.
O desabamento ocorreu em uma região rica em ouro, entre as cidades de Kenieba e Dabia. De acordo com o Xinhua, morreram 49 mulheres e um homem.
Um policial falou à AFP que algumas vítimas caíram em poços cheios de água, incluindo uma mulher que tinha um bebê amarrado às costas.
Mortes na mineração
O Mali é o sétimo maior país da África e um dos maiores produtores de ouro do mundo. Operações não regulamentadas relacionadas à mineração causam vários acidentes naquela região. Em janeiro de 2024, 70 pessoas morreram após o desabamento de uma mina de ouro artesanal no sudoeste do país.
Mali e o ouro
Em 2021, o ouro foi responsável por 80% das exportações totais do Mali. Com uma população de cerca de 23 milhões de pessoas, o país tem aproximadamente dois milhões de habitantes que dependem da indústria da mineração para a subsistência.
O ouro é o metal precioso que mais movimenta as atividades no Mali, mas outros também são produzidos na região como diamantes e pedras semipreciosas. O país tem várias empresas globais de mineração do Reino Unido, Canadá e Austrália.
Conflito com o governo
A Barrick Gold Corporation é uma das principais produtoras de ouro no Mali, tendo investido mais de 10 bilhões de dólares no país ao longo de 29 anos.
Contudo, a mineradora suspendeu temporariamente suas operações no país após uma disputa com o governo.
O conflito começou depois que o Mali alterou o código de mineração em 2023 e ampliou o controle estatal sobre a mineração de ouro. O governo militar do país chegou a emitir um mandado de prisão contra o CEO da empresa, Mark Bristow.