O chanceler argentino , Gerardo Werthein , se manifestou, nesta quinta-feira (5) sobre o acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a União Europeia , embora tenha minimizado sua relevância. Em reunião com outros ministros, Werthein afirmou que a Argentina apoia o tratado, mas busca maior flexibilidade dentro do Mercosul .
“Para nós, esse acordo não é determinante, mas a Argentina privilegia o interesse de todos os sócios, ainda que isso contenha certas coisas que não nos contemplam”, afirmou. Ele reiterou a necessidade de permitir que países-membros negociem acordos externos individualmente, uma demanda antiga do governo Milei .
Werthein ainda enfatizou a importância de ampliar as importações para enfrentar a pobreza, que alcançou cerca de 53% no início da gestão Milei. “O mercado externo é fundamental”, afirmou.
Divergências internas
A posição argentina ressoa com os desejos do presidente uruguaio Luis Lacalle Pou, que também defende maior autonomia comercial para os países do bloco. Contudo, a proposta enfrenta resistência do Brasil e de outros membros.
Arlindo Chinaglia (PT-SP), vice-presidente do Parlamento do Mercosul, criticou a falta de consulta ao bloco durante as negociações de um termo adicional ambiental exigido pela UE em 2019. “Isso gerou tensões e exigiu firmeza da nossa parte. Deu certo”, afirmou.
O anúncio final do acordo está previsto para as 10h desta sexta-feira, no horário de Brasília.
“Faltam detalhes”
O chanceler do Uruguai, Omar Paganini , declarou nesta que o acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a União Europeia está praticamente concluído. “Faltam detalhes, amanhã devemos dar a boa notícia”, afirmou.
A declaração foi feita após uma reunião entre a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, na sede do Executivo uruguaio, em Montevidéu. A capital uruguaia é palco da cúpula de líderes do Mercosul, e Von der Leyen chegou à cidade nesta quinta, após manter suspense sobre sua agenda.
Segundo Paganini, o texto final do acordo deve ser fechado nesta sexta-feira. “Os líderes poderão dar a decisão final. Depois disso, há um processo de revisão que leva tempo”, disse.