A ministra das Relações Exteriores da Argentina , Diana Mondino , foi demitida nesta quarta-feira (30) pelo presidente Javier Milei . A decisão foi tomada após o voto favorável a uma resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas que propõe o fim do embargo comercial dos Estados Unidos contra Cuba .
A resolução obteve 187 votos favoráveis, incluindo o do Brasil, enquanto apenas Estados Unidos e Israel foram contrários. Esta é a 32ª vez que o tema é votado na ONU.
A posição argentina no debate gerou repercussão no país e desencadeou uma crise no governo Milei. Segundo o jornal La Nación, o presidente demonstrou insatisfação com o voto de Mondino, acusando-a de “ficar ao lado de comunistas” e contrariar interesses americanos.
Mondino, por sua vez, justificou a decisão, afirmando que a postura diplomática foi necessária para que a Argentina obtenha o apoio necessário na reivindicação das Ilhas Malvinas. A disputa pela soberania do território entre Argentina e Reino Unido já dura quase dois séculos e resultou em uma guerra entre os países em 1982.
Governo da Argentina divulgou nota
Após a demissão, o governo argentino divulgou um comunicado oficial afirmando que “nosso país se opõe categoricamente à ditadura cubana e se manterá firme na promoção de uma política exterior que condene todos os regimes de perpetuação da violação dos direitos humanos e liberdades individuais”.
Além disso, Milei determinou que uma auditoria seja realizada na chancelaria para identificar possíveis “agendas inimigas da liberdade”.
Para substituir Mondino, o embaixador argentino nos Estados Unidos, Geraldo Werthein, será nomeado o novo ministro das Relações Exteriores. Ele possui bom relacionamento com familiares de Milei e é considerado próximo da gestão atual.