Joe Biden considerou a possível presença das tropas norte-coreanas ao lado da Rússia como
Andrew Caballero/ Reynolds
Joe Biden considerou a possível presença das tropas norte-coreanas ao lado da Rússia como "muito perigosa".

O Pentágono afirmou, nesta segunda-feira (28), que os Estados Unidos não imporão novas restrições ao uso de armas fornecidas à Ucrânia , mesmo que soldados da Coreia do Norte se unam ao Exército russo no conflito. 

A informação surge em meio a denúncias recentes de que tropas norte-coreanas teriam sido enviadas à Rússia para reforçar a frente de batalha na região de Kursk , onde as tropas ucranianas fizeram uma incursão.

"Uma parte desses soldados já se aproximou da Ucrânia, e estamos cada vez mais preocupados que a Rússia pretenda usar esses soldados em combate ou para apoiar operações de combate contra forças ucranianas na região russa de Kursk, perto da fronteira com a Ucrânia", disse Sabrina Singh, a porta-voz do Pentágono.

Desde a semana passada, os Estados Unidos, Coreia do Sul e outros países alertaram sobre a presença de norte-coreanos na Ucrânia. O Pentágono estima que cerca de 10 mil tropas foram enviadas à Rússia para treinamento e eventual envolvimento na guerra "nas próximas semanas". 

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, considerou a possível presença das tropas norte-coreanas ao lado da Rússia como "muito perigosa".

Desde agosto, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e outras autoridades do país intensificaram os apelos para que aliados autorizem o uso de armas de longo alcance contra o território russo, respondendo aos frequentes ataques.


O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, comentou que a movimentação das tropas norte-coreanas na região "representa uma escalada significativa da guerra ilegal da Rússia". Ele confirmou que unidades militares norte-coreanas já estão presentes na área de Kursk. 

"Eu posso confirmar que tropas da Coreia do Norte foram enviadas para a Rússia, e que unidades militares norte-coreanas foram deslocadas para a região de Kursk (no extremo leste da Rússia)", disse Rutte.

Mais de 10 mil soldados


A chegada de tropas norte-coreanas na linha de combate foi antecipada pelo serviço de inteligência ucraniano. "De acordo com informações, entre 27 e 28 de outubro, os primeiros militares norte-coreanos serão utilizados pela Rússia nas zonas de combate", anunciou Zelensky. Ele ressaltou que o movimento representa "um claro passo de escalada por parte da Rússia".

Para o líder ucraniano, a situação exige uma resposta rigorosa dos líderes globais: "O mundo pode ver claramente o que a Rússia realmente quer: a continuação da guerra. (...) O envolvimento efetivo da Coreia do Norte nos combates deve receber uma resposta, não com olhos fechados e comentários hesitantes, mas com uma pressão significativa tanto sobre Moscou quanto sobre Pyongyang, em defesa da Carta da ONU e para punir a escalada", disse.

A inteligência da Coreia do Sul confirmou a movimentação de tropas norte-coreanas e estima que entre 10 mil e 12 mil soldados de Pyongyang (capital da Coréia do Norte) estejam no território russo até dezembro. A presença dessas tropas, já em treinamento em bases militares na Rússia, elevou as tensões no Oriente e nos países ocidentais membros da Otan. Em resposta, a Coreia do Sul considera fornecer armamento à Ucrânia.

Em meio às crescentes acusações, o presidente russo Vladimir Putin afirmou que "é da nossa conta" a decisão de utilizar tropas norte-coreanas para garantir a segurança da Rússia, negando interferência externa. Durante a cúpula do Brics, Putin alegou que o Ocidente tem intensificado a guerra na Ucrânia e acusou a Otan de participação direta no conflito.

O Parlamento russo ratificou recentemente um pacto de assistência militar mútua com a Coreia do Norte, em mais um passo que reforça a aproximação entre os dois países frente à crescente pressão internacional.

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