Desbloqueio do X no Brasil repercute na imprensa internacional como derrota para Elon Musk

Jornais como “The New York Times”, “Washington Post” e “El País” enfatizaram o confronto entre o dono da rede social e o ministro Alexandre de Moraes

Liberação do X será feita em até 24h pelas operadoras de internet
Foto: Redação GPS
Liberação do X será feita em até 24h pelas operadoras de internet

O desbloqueio do X (antigo Twitter ), após o pagamento de multas, repercutiu na imprensa internacional. Jornais como “ The New York Times ”, “ Washington Post ” e “ El País ” classificaram o episódio como uma "derrota" para Elon Musk , proprietário da rede social, a pós quase 40 dias de bloqueio .

O ministro do Supremo Tribunal Federal ( STF ), Alexandre de Moraes , autorizou na última terça-feira (8) o retorno da rede social X ao Brasil . No entanto, a liberação será por parte das operadoras de internet que atuam no país em até 24h. Segundo o Ministério das Comunicações, há cerca de 20 mil provedores no país.


Reação internacional


O New York Times enfatizou que o X foi reativado no Brasil após Elon Musk "se render em sua briga com a Suprema Corte do país”. 

O jornal destaca que o STF ressaltou a concordância da plataforma em atender às ordens judiciais, como o bloqueio de perfis, pagamento de multas e a indicação de um representante no Brasil.

“A aparente resolução para a batalha de meses representou uma derrota para o Sr. Musk, que se autointitulou um defensor declarado da liberdade de expressão. Sua empresa perdeu um mês de negócios em um de seus maiores mercados, permitindo que rivais ganhassem uma posição ali, apenas para terminar exatamente onde começou”, publicou o Times

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Já o Washington Post descreveu a suspensão como uma "derrota política" para Musk. O jornal destacou que o bilionário, que busca ser visto como defensor da liberdade de expressão global, "pagou para ver" em seu confronto com o Judiciário brasileiro — e perdeu. 

“Em poucas semanas, ficou claro que o X — que já estava perdendo usuários brasileiros para seus concorrentes — precisava muito mais do Brasil do que o Brasil precisa do X. A plataforma anunciou que cederia às exigências do tribunal”, diz a postagem.

O The Guardian também repercutiu a liberação do X no Brasil e destacou que Musk falhou em não indicar um representante local, no primeiro momento.

“O gatilho imediato para a proibição foi a falha de Musk em nomear um representante local e pagar milhões de dólares em multas. Mas o pano de fundo foi uma batalha longa e politicamente carregada entre o franco bilionário da tecnologia e o tribunal superior do Brasil, que estava tentando combater a disseminação de desinformação de extrema direita e conteúdo antidemocrático na rede social”, publicou 

O jornal espanhol El País destacou que Musk "desafiou o Brasil e suas autoridades, e perdeu". A análise do veículo mencionou o papel do ministro Alexandre de Moraes, descrito como "o juiz mais amado e odiado" do Brasil. O texto também ressaltou a migração de usuários para outras plataformas.

“Resta saber quantos usuários retornam após esse intervalo que desencadeou uma migração em massa para redes concorrentes como a Bluesky, semelhante ao Twitter original, ou Threads, da família Meta. Aos poucos, uma pequena parte da comunidade que habitava o Twitter brasileiro foi sendo criada ali”, disse o autor.

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