Facas-zumbi costumam ser compridas e finas, com um lado afiado e outro serrilhado
Divulgação: Thames Valley Police
Facas-zumbi costumam ser compridas e finas, com um lado afiado e outro serrilhado

Lâminas com mais de 20 centímetros passarão a ser proibidas na Inglaterra  após armas como machetes e espadas ficarem populares entre membros de gangues. A popularidade é maior entre dois tipos de facão: “faca-zumbi” e “Rambo.”

De acordo com uma fonte da BBC , acostumou-se, em gangues, a ter “mais poder” quem tem a lâmina mais comprida: "Se você tiver a arma maior, tem mais chances. Se minha faca for maior que a deles, eu vou vencer."

A Inglaterra e País de Gales, porém, decidiram proibir a partir desta quarta, 24, a posse, fabricação, transporte e venda de facas “de exibição” - usualmente, facas com mais de 20 centímetros e não usadas para, por exemplo, cozinhar.

Por ora, os países seguem um esquema de anistia e compensação. A ideia é que a maioria das pessoas entregue as armas de forma voluntária para a polícia. A fonte da BBC é uma das pessoas que abrirá mão da faca: "Você amadurece. Percebe que não vale a pena, eu já perdi pessoas."

Facas Rambo, facas Zumbi

Faron Paul é um ativista que quase morreu esfaqueado e, hoje, advoga contra a violência com armas brancas. Ele passeia pelo Reino Unido recolhendo armas. Ele explicou que facas “Rambo” e “zumbi” são as mais populares.

As facas ganharam esse apelido a partir da cultura pop. A Rambo é igual àquela que o personagem homônimo usa em filmes: afiada em um lado, serrilhada do outro, e com uma ponta penetrante.

A faca “zumbi” é inspirada em lâminas normalmente vistas em séries e filmes sobre apocalipse zumbi. Elas costumam ser mais compridas e finas do que a Rambo, mas também tem um lado afiado e outro normalmente serrilhado.

Porém, o maior número de assassinato é por meio de machetes. Aqui no Brasil, essa arma também é conhecida por facão: são lâminas compridas e pesadas, sem serra, normalmente usada para cortar mato com golpes laterais.

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Crimes crescem na Inglaterra

No último domingo, um menino de 15 anos foi morto a facadas em Londres . Ele andava pela rua no bairro residencial onde morava. O crime inflamou ainda mais os ânimos contra as facas.

Em 2023, houve mais de 14 mil crimes registrados na Inglaterra e País de Gales que envolveram facões, espadas e facas-zumbi. O número quase dobrou no período de cinco anos. 10 mil desses são com facões.

Apenas em abril de 2022 o governo começou a registrar que tipo de faca foi usada em cada assassinato . Até abril de 2023, foram registrados 244 assassinatos por cortes: 101 com facas de cozinha, 14 com machetes, sete com facas-zumbi e três com espadas.

Ronan Kanda, de 16 anos, foi uma das vítimas mortas com uma espada. A mãe dele, Pooja, comentou sobre o que aconteceu em junho de 2022: "Uma espada atravessou o coração do meu filho. Fico chocada que elas estavam disponíveis quando isso aconteceu, e mais chocada ainda que continuam sendo vendidas após o ocorrido com Ronan", diz ela.

A irmã de Ronan comenta que o adolescente que matou o menino provavelmente se envolveu na “cultura que envolve a venda de machetes, facas zumbi e espadas.” Ela critica a cultura em si, que cresceu, e facilidade de comprar e pegar facões.

Um dos meninos que comprou uma faca, inclusive, o fez depois de ser sequestrado e esfaqueado 12 vezes. Comprou online, não precisou de licenças ou registro, e ainda comentou que foi barato.

Nos próximos meses, o governo do Reino Unido deverá especificar e abranger mais as armas brancas proibidas.

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