Nem o CNE nem o TSJ apresentaram a contagem de votos, algo que tem sido solicitado pela oposição
Agência Brasil
Nem o CNE nem o TSJ apresentaram a contagem de votos, algo que tem sido solicitado pela oposição

Um grupo de 30 ex-chefes de governo e Estado da América Latina e da Espanha declarou nesta sexta-feira (23) que a decisão do Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela de confirmar a vitória de Nicolás Maduro representa um "golpe de Estado contra a soberania popular."

Na quinta-feira (22), o TSJ, a principal instância judicial do país e aliado de Maduro, emitiu uma sentença que reconhece a decisão do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão eleitoral venezuelano liderado por um simpatizante de Maduro, que declarou a vitória do presidente no pleito de julho.

Nem o CNE nem o TSJ apresentaram a contagem de votos, algo que tem sido solicitado pela oposição e por membros da comunidade internacional como prova do resultado.

"Essa decisão constitui um típico golpe de Estado contra a soberania popular, expressada na clara decisão dos venezuelanos de eleger como presidente da República Edmundo González em 28 de julho, como confirmam relatórios da ONU, da OEA e do Centro Carter", afirmou o grupo em uma carta conjunta.


"Os ex-Chefes de Estado e de Governo que subscrevem esta mensagem, membros da Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas (IDEA), exortamos a Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República Federativa do Brasil, a reafirmar seu inquestionável compromisso com a democracia e a liberdade, as mesmas de que gozam seu povo, e a fazê-la prevalecer também na Venezuela", destaca o documento.

Na semana anterior, o grupo Idea já havia enviado uma carta a Lula pedindo que ele reconhecesse a vitória do candidato oposicionista Edmundo González.

A oposição venezuelana alega que González foi o verdadeiro vencedor, baseando-se na contagem das atas eleitorais. Os Estados Unidos também reconheceram a vitória de González. Além disso, no sábado (3), uma contagem independente das atas eleitorais realizada pela agência de notícias Associated Press (AP) apontou que o candidato da oposição venceu o pleito, realizado na semana anterior, com uma diferença de 500 mil votos.

As eleições ocorreram no final de julho, e o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), equivalente à Justiça eleitoral venezuelana, anunciou a vitória de Maduro sem divulgar as atas eleitorais. O CNE, presidido por um aliado de Maduro, atribuiu a demora na contagem dos votos a um suposto ataque cibernético.

A oposição afirmou ter obtido acesso a mais de 80% das atas por meio de seus representantes presentes na maioria dos locais de votação e disponibilizou os documentos em um site. 

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