Presidente Lula e o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, no Palácio do Planalto em maio de 2023
MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
Presidente Lula e o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, no Palácio do Planalto em maio de 2023

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quinta-feira (15) que não reconhece a vitória de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais de 28 de julho na Venezuela . O mandatário brasileiro sugeriu, ainda, a realização de um novo pleito.

Em entrevista a uma rádio paranaense, o petista disse que só reconhecerá a vitória do chavista após o  fim da investigação pela Sala Eleitoral do TSJ venezuelano. "Ainda não [reconheço o resultado]. Ele sabe que está devendo uma explicações para a sociedade, para o mundo. Ele sabe disso", disse Lula.

"O Maduro tem seis meses de mandato ainda. Se ele tiver bom senso, ele poderia tentar fazer uma conclamação ao povo da Venezuela, quem sabe até convocar novas eleições, estabelecer um critério de participação de todos os candidatos, criar um comitê eleitoral supra partidário que participe todo mundo e deixar que entre olheiros do mundo inteiro. O que eu não posso é ser precipitado e tomar uma decisão", afirmou Lula.

O petista disse que está tratando o caso com cautela. "Não é fácil e bom que um presidente deu um pais de palpite sobre um presidente e política de outro pais. Tenho relação desde quando tomei posse na primeira vez, e ficou deteriorada porque a situação política lá esta ficando deteriorada", disse.

"Eu quero o resultado, se tiver, vamos tratar [de reconhecer]", disse o chefe do Executivo brasileiro. "Tem que apresentar os dados, por algo confiável, o Conselho nacional que tem gente da oposição poderia ser, mas ele mandou pra Suprema Corte dele. Não posso julgar a Justiça de outro país."

Crise política na Venezuela

A crise política na Venezuela tem aumentado entre a comunidade internacional.  De um lado, Maduro diz que foi eleito com 52% dos votos, mas se recusa a apresentar as atas de votação. Do outro, a oposição - representada por María Corina Machado e Edmundo González - insiste que houve fraude e que venceu a eleição com 67% dos votos.

Como os dois lados reivindicam a vitória, não há perspectiva para a cerimônia de 10 de janeiro, data marcada para a posse do presidente eleito.

Além dos esforços coordenados entre Brasil, México e Colômbia para mediar a crise política na Venezuela, há indícios de negociações nos Estados Unidos para conceder uma anistia ao chavista caso ele deixe o poder, segundo uma reportagem do "The Wall Street Journal" deste domingo (11).

Apesar desses esforços, nenhum dos dois lados sinaliza que abrirá mão do poder na Venezuela. Na segunda-feira (12), María Corina, afirmou que Edmundo González deverá assumir como novo presidente do país no dia 10 de janeiro.

"González será o novo chefe de Estado e novo comandante das Forças Armadas venezuelanas, e isso dependerá do que todos nós fizermos, os venezuelanos dentro e fora do país. Depende que essa força, organização, convicção e compromisso que empregamos nos últimos meses e que teve vitória contundente se mantenha forte e crescendo. E por isso sei que em 10 de janeiro teremos um novo presidente", disse a líder oposicionista.

Do outro lado, também nesta segunda, Maduro pediu aos poderes venezuelanos que agissem com "mão de ferro" contra seus opositores.  Ele também chegou a afirmar que tanto Corina quanto González deveriam estar "atrás das grades". Ambos os opositores estão escondidos desde o fim das eleições.

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*Em atualização.

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