Lula encontrou com Boric nesta segunda-feira (5)
Ricardo Stuckert/Divulgação
Lula encontrou com Boric nesta segunda-feira (5)

Durante visita ao Chile nesta segunda-feira (5), em discurso na capital do país, Santiago, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva clamou por transparência no processo eleitoral da Venezuela , tema que percorre de forma polêmica no continente americano atualmente.

O presidente chileno, Gabriel Boric, que recebe Lula nesta ocasião, já havia se manifestado recentemente contra o resultado das eleições que mantêm Nicolas Maduro, presidente da Venezuela desde 2013, no poder.

Segundo o portal de notícias g1, as atas eleitorais, nas quais os votos das urnas são registrados, ainda não foram apresentadas, embora devessem ter sido.

"Expus [em conversa com Boric] as iniciativas que tenho empreendido com os presidentes Gustavo Petro (Colômbia) e Lopez Obrador (México) em relação ao processo político na Venezuela. O respeito pela tolerância, o respeito pela soberania popular é o que nos move a defender a transparência dos resultados. O compromisso com a paz é que nos leva a conclamar as partes aos diálogos e promover o entendimento entre governo e oposição", afirmou Lula em pronunciamento à imprensa, logo após uma conversa privada com Boric.


Lula também destacou que, dentro da política externa, as partes envolvidas em uma negociação precisam entender suas diferenças para alcançar um consenso.

"No meu partido chegamos a ter 19 tendências, que pensavam diferente. Toda reunião a gente ia lá e fazia um trabalho para que a gente conseguisse aprovar uma posição única. Na política externa é a mesma coisa. Cada país tem a sua cultura, cada país tem os seus interesses, cada país tem as suas nuances políticas. A gente não pode querer que todo mundo fale a mesma coisa, que pense a mesma coisa. Nós não somos iguais. Nós somos diferentes, isso é extraordinário. A diferença permite com que a gente procure encontrar as nossas similaridades", afirmou o mandatário.

Lula também incentivou a integração entre os países da América do Sul, processo que ele defende desde seu primeiro mandato presidencial. "Não podemos continuar de costas uns para os outros", destacou.

Com as acusações de fraude nas eleições venezuelanas, o processo de integração é dificultado. Assim como outros presidentes, Boric não reconheceu a vitória de Maduro e foi um dos países que retiraram suas embaixadas da Venezuela.

O líder chileno, que discursou antes de Lula, evitou falar sobre a Venezuela e preferiu destacar as alianças comerciais entre Brasil e Chile e as oportunidades econômicas que os dois países podem explorar.

"Essa visita é sobre a relação entre Chile e Brasil. Sei que poderão haver perguntas sobre outros temas, em particular em relação à Venezuela. Vou me referir a isso amanhã à tarde", ressaltou Boric, que falou antes de seu homólogo.

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