Protestos na Venezuela ganham força após a reeleição de Maduro
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Protestos na Venezuela ganham força após a reeleição de Maduro

Após a oficialização da reeleição de Nicolás Maduro como presidente da Venezuela , o país enfrenta protestos desde terça-feira (30). As manifestações não pacíficas já deixam ao menos 13 mortos e vários feridos. Segundo o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, ao menos 1.062 pessoas foram detidas durante os protestos.

A população venezuelana exige maior transparência sobre os números das urnas apresentados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), autoridade eleitoral.

A Pesquisa Nacional de Hospitais (ENH) indica que havia 12 mortos até a noite de terça-feira. Onze deles são civis e um é um militar, segundo a procuradoria-geral da Venezuela. A 13ª morte foi confirmada na manhã de quarta-feira (31). Um homem, identificado como Yorgenis Emiliano Leyva Méndez, 35, morreu ao ser baleado nas costas durante uma motociata em Guarenas.

Cinco pessoas foram mortas em Caracas, capital venezuelana, duas no estado de Zulia, duas em Yaracuy, um no estado de Aragua e um em Táchira, segundo o Foro Penal.

Já a líder da oposição, Maria Corina Machado, afirma que há 16 mortos. Em publicação nas redes sociais, ela afirmou que "11 desaparecimentos forçados" e "ao menos 16 assassinatos" foram registrados nas últimas 48 horas no país.

Um dos líderes da oposição, Freddy Superlano, do partido Voluntad Popular, está entre os desaparecidos. Ele foi levado por agentes do regime na terça-feira, segundo a oposição.

"A esta hora ainda não sabemos o estado de saúde do Freddy, por isso exigimos acesso imediato ao regime para comprovar sua integridade física", escreveu o partido nas redes sociais.


A contagem de mortes se tornou difícil durante os protestos que varreram o país devido à repressão das forças de segurança contra as manifestações. A ONG Foro Penal reportou uma morte no estado de Yaracuy, enquanto o jornal El País mencionou uma vítima em Zulia. O periódico argentino La Nación também citou uma pessoa falecida na cidade de Maracay, no estado de Aragua. O El Mundo, por sua vez, corroborou com fontes independentes as mortes em Yaracuy, Zulia, Maracay e Caracas. Diversas fontes confirmam que dezenas de pessoas foram presas.

Durante os protestos, as forças de segurança venezuelanas utilizaram gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os manifestantes, que se opunham à reeleição de Maduro. Em algumas áreas, como bairros de Caracas e a cidade de Carabobo, foram registrados disparos de armas de fogo.

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, anunciou que ao menos 1.062 pessoas foram detidas durante os protestos:

"Quero ver organizações internacionais dizerem que estes são prisioneiros conscientes, bandidos criminosos (...) depois são detidos, chorando, pedindo misericórdia, mas não haverá misericórdia, não haverá Justiça. Tem que haver Justiça por todos os danos que cometeram", disse Saab durante uma coletiva de imprensa.

O Ministério Público da Venezuela declarou que as manifestações estão sendo monitoradas, e que pode prender quem realizar atos de violência.

Ainda, ao menos cinco estátuas de Hugo Chávez, o falecido socialista que liderou a Venezuela durante mais de uma década, foram derrubadas pelos manifestantes.



Nicolás Maduro, reeleito para um terceiro mandato de seis anos, denunciou uma tentativa de golpe de Estado "de caráter fascista e contrarrevolucionário".

O ministro da Defesa, Vladimir Padrino, informou que 23 militares ficaram feridos durante os protestos.

A oposição, liderada por María Corina Machado, denuncia fraude nas eleições e alega ter "como provar a verdade". Segundo os oposicionistas, o pleito foi vencido por Edmundo González Urrutia no domingo.

Segundo Machado, após acessar cópias de 73% das atas de apuração, projeta-se uma vitória de 6,27 milhões de votos contra 2,75 para Maduro.

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