Duas pessoas foram presas na Venezuela acusadas de publicar ameaças e conspirar contra a vida do presidente Nicolás Maduro. As informções foram publicadas em uma nota do Ministério Público do país.
De acordo com o porta-voz, procurador-geral Tarek William Saab, a prisão de Whillfer José Piña Azuaje, líder do partido opositor La Causa R, e Renzo Estibenz Flores, ex-sargento da Guarda Nacional aconteceu na segunda-feira (11), na cidade de Maturín (estado de Monagas).
Entenda o caso
O procurador-geral Saab afirmou que quando Piña Azuaje foi preso e seu celular periciado, foi encontrata uma mensagem publicada em seu status do WhatsApp que dizia literalmente “Em Maturín será a morte de Maduro”. A autoridade venezuelana tambem diz que foram encontradas mensagens trocadas com Flores nas quais eram mencionados grupos armados.
O MP da Venezuela disse que durante um interrogatório de Flores, ele "revelou que conhecia Piña Azuaje há 8 meses" e que havia falado de um plano organizado com antigos colegas da Academia Militar, que consistia em recrutar 50 militares, retirar um tanque e o respectivo parque de armas de um complexo militar com o intuito de dar um golpe de Estado."
De acordo com Saad, os dois homens seriam acusados perante o 4º Tribunal de Controle Antiterrorismo da Área Metropolitana de Caracas "pela suposta prática de crimes de conspiração; associação e tentativa de assassinato. O procurador-geral também explicou que ambos foram submetidos a exames médicos para verificar o seu atual estado de saúde e o respeito pelos seus direitos fundamentais."
“Por trás dessas ameaças telefônicas e de rede, há evidências de uma nova conspiração. Eu diria contínuo (...), concatenado, que sem dúvida obedece à mesma linha de comando. Estas pessoas parecem nunca cessar o seu desejo de banhar o país em sangue; de incitação ao ódio, à vingança e à vingança”, declarou Saad.
Eleições em julho
A Venezuela está com eleições presidencais marcadas para 28 de julho. Tradicionalmente, o pleito é realizado em dezembro, mas dessa vez, foi marcado para o mesmo dia que nasceu o ex-presidente e antecessor de Maduro, Hugo Chávez (1954-2013).
As informações sobre a eleição desse ano foi divulgada em 5 de março, por meio do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela. Em outubro de 2023 o país assinou um documento internacional chamado Acordo de Barbados, que estabelece diretrizes de como as eleições devem acontecer.
Como a data fixada em julho, está dentro desse período. As eleições devem contar com observadores internacionais e auditoria.
Prisão de opositores
Em janeiro deste ano, o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela, publicamente conhecido por ser alinhado ao governo de Maduro, inabilitou Maria Corina Machado, atualmente a principal política de oposição do país.
Na época, o governo brasileiro publicou uma nota para pedir o cumprimento do acordo: "Os acordos, que estabeleceram parâmetros para a realização das eleições presidenciais este ano, resultaram da mesa de diálogo entre governo e oposição mediada pela Noruega e receberam apoio, entre outros, do Brasil e dos EUA", dizia o texto do governo brasileiro.
No início de fevereiro, a ativista Rocío San Miguel foi presa, considerada terrorista e traidora da pátria pelo governo venezuelano.