Joe Biden
Reprodução: Flipar
Joe Biden

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que a abordagem do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ao conflito em Gaza pode prejudicar a imagem do país, dizendo que "ele está prejudicando Israel mais do que ajudando". Além disso, Biden pediu um cessar-fogo imediato.

Em uma entrevista exclusiva ao MSNBC's Jonathan Capehart no sábado (9), Biden disse: "O que está acontecendo é que Netanyahu tem o direito de defender Israel, o direito de continuar a perseguir o Hamas, mas ele deve, ele deve, ele deve prestar mais atenção às vidas inocentes sendo perdidas como consequência das ações tomadas".

Biden acredita que a abordagem de Netanyahu pode prejudicar a imagem de Israel, afirmando: "Na minha opinião, ele está prejudicando Israel mais do que ajudando Israel ao fazer o resto do mundo - é contrário ao que Israel representa".

Enfatizando seu desejo por um cessar-fogo, propondo uma grande troca de prisioneiros por um período de seis semanas para coincidir com o Ramadã, ele disse: "Quero ver um cessar-fogo, e estou começando com uma grande troca de prisioneiros por um período de seis semanas. Estamos indo para o Ramadã. Não deveria acontecer nada e vamos construir a partir desse cessar-fogo".

Linha vermelha

Questionado sobre possíveis linhas vermelhas que Israel poderia cruzar, Biden reiterou a importância de defender Israel, ao mesmo tempo em que destacava os limites das ações que resultam em vítimas civis significativas.

"Há uma linha vermelha, mas nunca vou abandonar Israel. A defesa de Israel ainda é fundamental. Então, não há uma linha vermelha em que eu vou cortar todas as armas para que eles não tenham a Cúpula de Ferro para protegê-los", disse ele, referindo-se ao sistema de defesa antimísseis de Israel.

"Mas existem linhas vermelhas se ele ultrapassar - você não pode ter mais 30.000 palestinos mortos", acrescentou Biden.

Biden também expressou sua disposição para se dirigir à Knesset em Israel, mas preferiu não entrar em detalhes específicos sobre o convite.

Israel travou uma ofensiva militar mortal na Faixa de Gaza desde um ataque transfronteiriço liderado pelo Hamas em 7 de outubro, no qual menos de 1.200 pessoas foram mortas.

Pelo menos 30.960 palestinos, na maioria mulheres e crianças, foram mortos desde então em Gaza, e 72.524 ficaram feridos em meio a destruição em massa e escassez de necessidades.

Israel também impôs um bloqueio paralisante em Gaza, deixando sua população, especialmente os residentes do norte, à beira da fome.

A guerra israelense empurrou 85% da população de Gaza para o deslocamento interno em meio a uma escassez aguda de alimentos, água limpa e medicamentos, enquanto 60% da infraestrutura do enclave foi danificada ou destruída, segundo a ONU.

Israel é acusado de genocídio na Corte Internacional de Justiça. Uma decisão provisória em janeiro ordenou que Tel Aviv interrompesse os atos genocidas e tomasse medidas para garantir que assistência humanitária seja fornecida aos civis em Gaza.

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