José Adolfo Macias, líder do grupo criminoso Los Choneros
Reprodução/Forças Armadas do Equador
José Adolfo Macias, líder do grupo criminoso Los Choneros

fuga de José Adolfo Macías, líder do grupo criminoso Los Choneros, da prisão fez com que o Equador entrasse em uma  situação de emergência devido à onda de violência que passou a assolar o país desde a última segunda-feira (8).

Conhecido como Fito, o criminoso foi condenado a 34 anos de prisão em 2011, por crimes como narcotráfico e homicídio. Ele é considerado um dos criminosos mais perigosos do Equador e esta não é a primeira vez que ele foge da cadeia.

Fito tem 44 anos e cumpria pena em uma prisão no litoral, perto de Guayaquil, desde quando foi condenado. Ele  desapareceu pouco antes de ser transferido para uma prisão de segurança máxima, de acordo com a mídia local. Mais de três mil policiais foram deslocados para procurar pelo criminoso, até mesmo em telhados e esgotos da prisão.

De início, as autoridades consideraram a possibilidade de Fito ter se escondido dentro da própria prisão, que é controlada pela facção que ele lidera. O grupo tem raízes na Província de Manabí e ligação com o Cartel de Sinaloa, um dos maiores grupos criminosos do mundo e que tem base no México.

A Los Choneros também é acusada de homicídios, roubos e extorsões, além de conflitos com outras facções do narcotráfico.

As autoridades demoraram a reconhecer a fuga do criminoso publicamente, mas o sumiço de Fito gerou rebeliões em prisões de todo o país.

O presidente do Equador, Daniel Noboa, declarou estado de exceção de 60 dias após a fuga de Fito,  criando toque de recolher e restringindo direitos de reunião, privacidade de domicílio e de residência. Com isso, as Forças Armadas também foram autorizadas a apoiar o trabalho da polícia.

José Adolfo Macías se tornou líder do grupo criminoso após a morte do líder anterior, Júnior Roldán, que havia saído da prisão. Roldán morreu na Colômbia, segundo as autoridades.

Além disso, esta não é a primeira vez que Fito desaparece da prisão. Ele havia fugido com outros criminosos em 2013, após cumprir somente dois anos de pena na prisão de segurança máxima que fica em Guayaquil, conhecida como A Rocha.

À época, ele escapou usando um barco pelo rio Daule, que corre paralelo à prisão. Ele foi capturado três meses depois e levado de volta à instituição.

De acordo com o jornal  Primicias , o criminoso se formou em direito na prisão de Guayaquil e, de lá, controlava suas operações de tráfico de drogas. Em maio de 2013, Fito tinha um patrimônio de mais de US$ 23 milhões, conforme a publicação.

A quadrilha da qual ele é líder também é suspeita de manter um esquema de extorsão contra os demais presos.

Ao jornal, um dos homens que conviveu com Macías em uma prisão regional relatou que ele construiu piscinas em espaços dos pavilhões destinados a banhos de sol, além de organizar festas, gravar vídeos, fazer coletivas de imprensa e usar drones armados.

De acordo com ele, que deu entrevista ao jornal em condição de anonimato, os prisioneiros "não têm escolha, têm que ser cúmplices". "Eles nos ameaçam e ameaçam nossas famílias. Los Choneros cobram uma 'mensalidade' dos presos, sem contar as coisas que eles nos obrigam a comprar."

Fito foi visto publicamente pela última vez em setembro do ano passado, quando foi transferido para outra prisão de segurança máxima de forma temporária na mesma cidade, depois do  assassinato do candidato à presidência Fernando Villavicencio.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!