Nesta quarta-feira (10), a onda de violência que assola o Equador entra no segundo dia. O presidente do país, Daniel Noboa, decretou "conflito armado interno" nessa terça (9) na tentativa de controlar a situação. Até o momento, ao menos 70 pessoas foram detidas.
Diversas cidades do país vêm registrando, nas últimas horas, invasões, explosões e sequestros. De acordo com a mídia local, ao menos oito pessoas foram mortas e duas feridas.
O governo, então, autorizou que as Forças Armadas façam operações para neutralizar grupos criminosos.
A crise no país começou na última segunda (8), com a fuga de José Adolfo Macias, líder do grupo criminoso Los Choneros, que desapareceu da prisão onde ele estava detido. Também conhecido como "Fito", o criminoso foi condenado a 34 anos de prisão em 2011, por crimes como tráfico de drogas e homicídio. Ele é considerado um dos criminosos mais perigosos do Equador.
Depois disso, Noboa decretou estado de exceção em todo o país, criando toque de recolher e restringindo direitos de reunião, privacidade de domicílio e de residência. Com isso, as Forças Armadas também foram autorizadas a apoiar o trabalho da polícia.
Na terça, a violência aumentou e sequestros e invasões começaram a ser registradas em diversas partes do país. Autoridades também alertaram para a fuga de mais criminosos das prisões, como a de Fabricio Colón Pico, um dos líderes do grupo "Los Lobos", que seria transferido para uma prisão de segurança máxima, assim como Fito.
Ontem, a TV estatal TC Televisión, em Guayaquil, foi invadida por homens armados. Na ocasião, funcionários que trabalhavam no estúdio de televisão foram rendidos e colocados no chão. Criminosos também invadiram uma universidade de Guayaquil, que precisou suspender as aulas.
Prisões ao redor do país ainda sofreram tentativas de motim, com sequestros de ao menos sete policiais nas cidades de Machala e Quito. Há indícios de que um brasileiro tenha sido sequestrado em Guayaquil.
Em Quito, um veículo explodiu e um dispositivo foi detonado próximo a uma ponte de pedestres, além de outras explosões terem sido registradas em outros lugares, como na província de Esmeraldas.
No norte do país, em Quevedo, a população relatou situações de violência, incêndios e saques.
O presidente equatoriano decretou, em meio à escalada de violência, conflito armado interno, declarando que as Forças Armadas devem "neutralizar" 22 grupos criminosos, que são agora considerados "organizações terroristas".
Ainda, o decreto determina que as operações ocorram com base no Direito Internacional Humanitário e de modo que respeite os direitos humanos.